Primeira usina de biodiesel do país começa a funcionar em janeiro de 2005
2004-12-14
A primeira usina de biodiesel do Brasil começa a funcionar em janeiro de 2005 em Belém (PA). A empresa Agropalma investiu R$ 4 milhões para construir a usina, que terá capacidade total de produção de 8 milhões de litros de óleo por ano. Parte da produção de biodiesel - 3 milhões de litros - será utilizada na própria Agropalma. O Ministério do Desenvolvimento Agrário colaborou na negociação entre os produtores e a empresa.
O trabalhador assentado Ivan da Silva Cristo, do Assentamento Deus Proverá, próximo à cidade de Mojú, já vendeu sua primeira produção de dendê de 6 mil toneladas. — Na primeira carga de nosso dendezal eu entreguei ontem seis toneladas do fruto. Em dinheiro vai dar uma faixa de R$ 900 reais a R$ 1 mil, afirma o agricultor. O produtor garante que os 50 assentados da área estão otimistas. — Nós plantamos arroz, milho e mandioca. A venda da farinha garante um faturamento mensal de R$ 300 reais. Isso é pouco se comparado com o que poderemos lucrar com o dendê, explica Ivan. Ele diz ainda estar orgulhoso por participar de um projeto como o do biodiesel. —A gente se sente orgulhoso porque esse projeto vai gerar trabalho, mais dinheiro para nosso estado, para nossas cidades e para o país.
De acordo com a engenheira de alimentos do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Edna Carmélio, os produtores estão sendo orientados a plantar de quatro a seis hectares de dendê na área que receberam da reforma agrária. O dendê vai garantir uma renda mensal extra de R$ 1 mil. Segundo Edna, o cultivo de dendê está ajudando a recuperar áreas da floresta Amazônica que foram desvastadas. — O Ministério do Desenvolvimento Agrário tem uma preocupação muito grande com a Floresta Amazônica no que diz respeito à preservação. Nós fizemos uma consulta ao ministério do Meio Ambiente e recebemos sinal verde para as plantações de dendê. De acordo com os técnicos, a cultura de dendê em pequenas áreas é viável.
O preço do dendê pago aos produtores segue o valor do mercado internacional. A tonelada do fruto custa hoje R$ 150. (Agência Brasil, 13/10)