Estudantes brasileiros produzem material alternativo a madeira
2004-12-14
Um material substituto da madeira, que traz uma série de benefícios ambientais, acaba de ser produzido no Brasil por alunos da Fundação Educacional Inaciana (FEI), uma das maiores faculdades de engenharia do país. Trata-se do Compósito Termoplástico em Madeira (WPC, na sigla em inglês), que combina serragem e pó de serra com polipropileno. Entre as principais vantagens, estão as de encontrar uso para o resíduo das serrarias e reduzir a pressão para o corte de novas árvores.
Segundo o estudo da FEI, coordenado pela professora Sílvia Helena Bettini, o material, por receber plástico em sua composição, é mais resistente à umidade, não sofre a ação de cupins, é reciclável e dispensa o uso de protetores de superfície, como tintas e vernizes.
Assim como a madeira, pode ser colado, pregado ou parafusado. O custo para o consumidor final é estimado em R$90 o metro quadrado, enquanto uma madeira de boa qualidade custa em média R$ 100. O material, entretanto, apresenta menor resistência mecânica em relação a determinados tipos de madeira. Segundo Sílvia, a Polibrasil já mostrou interesse em adquirir máquinas para fabricar e comercializar o produto.
Sob o ponto de vista ambiental, já que a proposta é ampliar o reaproveitamento de materiais, o ideal seria adicionar ao pó de serra polímeros reciclados e não virgens, como é feito na Alemanha. Isso, entretanto, elevaria o custo de produção, uma vez que o plástico teria de passar por processos de lavagem.
Atualmente, as serrarias se livram de seus resíduos por meio da queima, o que leva à poluição atmosférica ou destinando o material para a cama de aves - o que também é inadequado, pois favorece a proliferação de doenças nas granjas. (Carta Capital, nº321)