Reduz número de animais mortos nas rodovias do Sul
2004-12-14
Na terceira contagem de animais silvestres atropelados nas rodovias do Sul, o mês de outubro registrou redução de 50% no índice das espécies mortas (80 animais). Embora o resultado seja positivo, a equipe de pesquisadores do Laboratório de Manejo e Conservação Ambiental da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) alerta para o total de atropelamentos registrados desde o início do projeto Estrada Viva, patrocinado pela Fundação Boticário. Até agora são 322 animais vítimas de atropelamentos em 1.370 quilômetros monitorados entre as BRs 392 e 471 (canal São Gonçalo e Estação Ecológica do Taim).
De acordo com o estagiário do laboratório, Kleisson da Silva de Souza, no mês passado houve um atropelamento a cada cinco quilômetros de rodovia, enquanto em outubro foi constatado um animal morto a cada três quilômetros. As espécies mais afetadas foram a cobra dágua (21), seguido de lagarto (oito) e a capivara (seis). - É importante ressaltar que esses números representam os animais atropelados durante os dias de monitoramento, quatro por mês. O que implica dizer que o número pode ser até oito vezes maior, representando taxas de mortalidade de um animal a cada 600 metros de rodovia - alertou.
O trecho entre o canal do São Gonçalo e o pedágio da Empresa Concessionária de Rodovias do Sul (Ecosul), na BR-392 é o local de maior concentração de animais mortos, pois a estrada fragmenta o ecossistema de banhado e o fluxo intenso de veículos determina mortalidade mais acentuada.
Das tartarugas atropeladas, a grande maioria é de fêmeas que deixam a água para realizar a postura de seus ovos. Muitas dessas são encontradas no acostamento, ainda vivas e com seus ovos espalhados pela rodovia. - O mais incrível é o fato de constatarmos que alguns motoristas atropelam esses animais propositadamente, muitas vezes saindo da rodovia e atingindo-os ainda no acostamento - disparou. O projeto Estrada Viva tem como objetivo avaliar o impacto proporcionado pelas estradas sobre a fauna silvestre, além de conscientizar os usuários das estradas. (Diário Popular, 13/12)