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2004-12-13
Por Victor Davis Hanson*
A designação, pelo presidente Bush, do novo secretário da Agricultura, Mike Johanns, governador de Nebraska, ocorre no momento em que a agricultura americana está numa encruzilhada perigosa. Apesar dos subsídios e dos avanços tecnológicos, os Estados Unidos poderão se tornar um franco importador de alimentos pela primeira vez em 50 anos. Em parte por causa do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, que reúne EUA, Canadá e México) e da globalização, o consumidor acaba concluindo que é mais barato comprar tomates mexicanos ou frutas secas da Ásia ou África do que os cultivados a poucos quilômetros de distância. Enquanto isso, principalmente nos Estados do Sul e do Oeste, que estão crescendo com rapidez, os fazendeiros médios descobrem que é mais lucrativo vender suas terras do que cultivá-las. Aqui, no Vale de San Joaquin, uma das regiões agrícolas mais ricas do país, novas casas surgem num panorama em que a agricultura perde força. A Lei da Agricultura Livre, de 1996, mostrou-se risível. Embora ela se destinasse a reduzir a interferência do governo no setor, e permitir que os fazendeiros tivessem maior poder de decisão sobre o que plantar, a lei na verdade não conseguiu desviar ninguém daquilo que o governo tinha a oferecer. O atual governo deu US$ 13 bilhões para aproximadamente 700 mil fazendeiros em 2002.

Insustentabilidade produtiva
Ao que parece, a idéia por trás desses subsídios era que a globalização permitia a fazendeiros de outros países - com mão-de-obra barata, desprezo ao meio ambiente e pequena supervisão governamental - inundar o mercado americano com produtos baratos. Essa inundação levou não apenas ao aumento da concorrência como à ruína da agricultura americana. Mas, por estranho que pareça, alguns dos fazendeiros mais prejudicados pela globalização - produtores de frutas frescas, secas e processadas, e vegetais - quase não receberam subvenção, e são os principais candidatos a terem suas terras invadidas por empreendimentos residenciais. Enquanto isso, à medida que o dólar cai e a economia mundial se aquece, se expande o mercado para a carne bovina, laticínios, soja, algodão e cereais americanos, todos subsidiados. Isso leva ao questionamento da necessidade de se dar bilhões de dólares ao rentável agronegócio americano num período de guerra e déficits.

Mercado imobiliário
O novo secretário deve levar em conta o novo papel da agricultura americana e as conseqüências do seu declínio. Os subsídios não são nem necessários nem desejáveis. Eles são a negação da fé no livre mercado, são distribuídos inequitativamente e são indefensáveis do ponto de vista fiscal. Num período de interdependência ambiental e ansiedade a respeito da segurança, deveríamos insistir numa seleção mais cuidadosa dos alimentos importados, por parte de todas as agências governamentais, e exigir que as nossas terras mais produtivas não dêem lugar a empreendimentos imobiliários. A autonomia agrícola não é um protecionismo reducionista, mas uma forma de evitar o tipo de dependência em relação ao petróleo que nos tornou vulneráveis à chantagem por parte de governos ilegítimos e perigosos.

Valores culturais
Johanns, filho de uma família de produtores de laticínios em Iowa, e que já pertenceu ao Partido Democrata, deve entender que a resposta não é simplesmente dar mais subsídios e enormes incentivos de exportação às megafazendas verticalmente integradas. O futuro da nossa agricultura é muito mais complexo do que isso. A agricultura é mais do que um meio de alimentar as pessoas; ela é o próprio nascedouro dos valores sociais e culturais dos Estados Unidos. Enquanto monta a sua equipe, o novo secretário deveria procurar pessoas pragmáticas ligadas ao setor, dentro e fora do governo, democratas e republicanos, que encontrem meios de preservar a agricultura, promover os mercados locais, dar ênfase à agricultura sustentável e reconstruir as comunidades rurais. No período mais perigoso da História da nossa nação, a agricultura continua a ser o nosso recurso mais precioso.
*Ex-professor da Hoover Institution, ex-fazendeiro e autor do livro The Land Was Everything (NY Times 06/12)

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