Barra Grande: mobilização contra corte de araucárias
2004-12-10
Universitários, ambientalistas e representantes de organizações não-governamentais estão mobilizados para evitar o desmatamento na área do lago da hidrelétrica de Barra Grande, no Rio Pelotas, entre Anita Garibaldi (SC) e Pinhal da Serra (RS). O objetivo é impedir o corte de araucárias centenárias que cobrem 52% dos 5.740 hectares que serão alagados com a construção da usina pela Energética Barra Grande (Baesa). O grupo recorreu ontem (9/12) ao secretário estadual do Meio Ambiente, Adilson Troca, para que ele promova amplo debate com relação aos impactos ambientais gerados pelo corte das árvores.
Em requerimento entregue ao secretário, os integrantes de um movimento contrário às megahidrelétricas na Bacia do Rio Uruguai pediram ainda que o secretário se posicione contra a implantação do empreendimento. Adilson Troca explicou que o licenciamento ambiental da hidrelétrica está aos cuidados do Ibama/RS. Segundo ele, a Fepam já emitiu parecer a respeito da questão, inclusive fazendo ressalvas ao estudo apresentado pelo empreendedor. — Faltavam informações importantes para balizar a decisão, explicou o diretor-presidente da Fepam, Cláudio Dilda. Durante o encontro, Troca apresentou ao grupo a avaliação ambiental integrada para a implantação do Corredor Ecológico na Bacia do Rio Uruguai. — Cópias desses estudos foram encaminhadas aos governos do RS e de Santa Catarina, ao Ministério Público e ao Ibama, disse Dilda.
O professor Paulo Brack, do Departamento de Botânica da Ufrgs, argumentou que o objetivo da mobilização é salvar o rio Uruguai. A presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), Edi Fonseca, salientou que o corte das árvores afetará diversas espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção. O início da operação comercial da usina está previsto para 31 de outubro de 2005. (CP, 9)