Brasil entra na era do mercado de carbono
2004-12-10
Foi lançado segunda-feira (06/12) o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE), uma modalidade de inserção do Brasil na comercialização de créditos de carbono junto à Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). A iniciativa, da BM&F e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), vai entrar em vigor, de fato, no final do ano que vem. Assim, o país terá uma plataforma de negociação dos títulos emitidos por projetos que promovam a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa. O mercado de créditos de carbono nasceu em dezembro de 1997 com a assinatura do Protocolo de Kyoto, que estabeleceu metas de redução de gases de efeito estufa pelos países desenvolvidos que se comprometeram em reduzir as emissões, em média, 5% abaixo dos níveis registrados em 1990, para o período entre 2008 e 2012. Segundo o Protocolo de Kyoto, os países poderão comprar créditos de outras nações que possuam projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) – instrumento que permite a participação no mercado dos países em desenvolvimento, ou nações sem compromissos de redução, como é o caso do Brasil. Os países que não conseguirem atingir suas metas terão liberdade para investir em projetos MDL de países em desenvolvimento. Segundo estimativas do Banco Mundial, o país poderá ter uma participação de 10% no mercado de MDL. O mercado global de créditos de carbono, conforme a consultoria Point Carbon, deve atingir US$ 13 bilhões em 2007. A negociação de contratos futuros de crédito de carbono já ocorre na Bolsa de Chicago e em países como Canadá, República Tcheca, Dinamarca, França, Alemanha, Japão, Holanda, Noruega e Suécia. Em 2005 também deve entrar em vigor o mercado regional europeu, o European Union Emission Trading Scheme.