Cop-10: para ricos o grande desafio é convencer países em desenvolvimento a reduzir emissoes
2004-12-09
Para muitos políticos e especialistas em mudanças climáticas, as emissões de gases que provocam o efeito estufa, principalmente o gás carbônico (CO2), precisam ser reduzidas em cerca de 60% em todo o mundo para que o aquecimento global possa ser controlado. Políticos e especialistas em mudanças climáticas estao reunidos em Buenos Aires, na Argentina, para discutir as medidas necessárias para conter o aquecimento global, além do Protocolo de Kyoto. De acordo com Richard Black, repórter da BBC que acompanha os debates sobre o assunto, o grande desafio dos países industrializados é como convencer os líderes de nações em desenvolvimento como Brasil, China e Índia que eles também podem e devem reduzir a emissão de gases poluentes – talvez não agora, mas ao longo das próximas décadas. A expectativa é de que o bloco industrializado apresente propostas que permitam o crescimento econômico de países em desenvolvimento e ainda assim estimulem a redução da emissão dos gases nessas nações.
Propostas européias
A União Européia chega a Buenos Aires com o objetivo de propor uma série de iniciativas que o bloco defende como possíveis soluções para o problema. Uma das propostas é de que as emissões de vôos internacionais e transportes de carga sejam incluídas em futuros tratados. Segundo Richard Black, no entanto, o grande obstáculo nas negociações é a postura do governo dos Estados Unidos, que nos últimos dias deixou claro que não vai voltar atrás em sua decisão de não aderir ao Protocolo de Kyoto. Por isso, os países que defendem um acordo sobre o assunto na comunidade internacional precisarão convencer nações menos desenvolvidas e que poluem menos a aceitar medidas que não são adotadas pelos Estados Unidos. O Protocolo de Kyoto, que determina cortes de emissão nos países industrializados reponsáveis por 55% dos gases que causam o efeito estufa, também será um dos principais temas em debate na conferência da ONU. A decisão da Rússia de aderir ao tratado garantiu o apoio necessário para que o protocolo possa entrar em vigor a partir de 16 de fevereiro. Agora, um dos objetivos no encontro de Buenos Aires é acertar os últimos detalhes para a adoção do acordo.(BBC 07/12)