Baía da Guanabara (RJ) poluída: empresas buscam soluções
2004-12-09
Ana Wambier
Enquanto o Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) sofre atrasos, indústrias da região começam a buscar, por conta própria, soluções economicamente viáveis. Na maioria dos casos, a defesa ambiental é, mais do que uma bandeira, economicamente vantajosa. Segundo dados do Departamento de Oceanografia da Uerj, aproximadamente 500 toneladas de esgoto são despejadas diariamente na baía.
Há dois anos, a Prosint, fabricante de metanol, decidiu não depender mais do abastecimento da água potável em seu processo industrial. Em vez de usar água de qualidade apropriada para ingestão, a empresa faz a captação no Canal do Cunha, um dos mais poluídos que deságuam na Baía de Guanabara.
A água turva e fétida sai cristalina e limpa depois de um longo processo desenvolvido pela Geoplan, que inclui fases como decantação, limpeza com agentes químicos bactericidas e filtragens. Sem falar em valores, o diretor industrial da Prosint, Carlos Cruz, diz que o processo gera uma economia de aproximadamente 15%, comparando-se com o custo da água potável da Cedae.
Embora haja uma melhora ambiental isolada, esse nem é o primeiro objetivo da Prosint, que viu na auto-suficiência uma maneira eficiente de se livrar de um eventual colapso no abastecimento de água da Cedae durante épocas de estiagem, o que, para uma indústria de larga escala, pode trazer muitos prejuízos. (O Globo 08/12)