Vespas viram arma contra lagarta do milho
2004-12-09
A lagarta, considerada uma das piores pragas do cartucho do milho, terá pela frente um inimigo natural na próxima safra. O controle biológico para este mal, que ataca praticamente todas as lavouras do município, vem da Embrapa de Minas Gerais. A vespa já vem sendo utilizada em lavouras mineiras há um bom tempo como eficaz agente de combate à praga.
A prática no município ainda é nova e apenas um pequeno percentual de todo o contingente de lavouras que existe terá a aplicação dos parasitas. Segundo o técnico em agropecuária da Emater, Gilberto José Scapin, dos 4,5 mil hectares de milho que há no município de Cruzeiro do Sul, apenas quatro hectares receberão a atuação da vespa. O material vem via Sedex, em cartelas impregnadas com ovos da vespa, que é parasita dos ovos da lagarta do cartucho do milho. - Existem duas maneiras de depositar este material no meio ambiente.
As cartelas podem ficar em um recipiente até a eclusão dos ovos ou ser aplicadas diretamente no calmo das plantas de forma espaçada - explica Scapin. Nesta situação, as vespas nascem na própria lavoura, passando a parasitar os ovos da mariposa Spodoptera antes que estes eclodam. Depois da safra, os parasitas permanecem no meio ambiente. A maior eficácia irá ocorrer no próximo ano, quando predador será buscado mais cedo. A lagarta, que antes atacava a safrinha de janeiro, está se antecipando e já nesta época do ano é possível notar os danos na produtividade.
Outro estudo que deve entrar em atividade já nesta safra são as armadilhas de feromônio ao Bio Spodoptera, a mariposa. São elas as responsáveis pela proliferação de ovos que dão origem à lagarta. As cartelas que exalam um forte odor, capaz de atrair os insetos, serão depositadas em casinhas, em meio à lavoura. Este material fará a leitura de sua visitação e com isso o produtor saberá a época certa de largar as vespas em sua propriedade. (O Informativo, 08/12)