Greenpeace aprova plano para emissões, mas alerta para prática
2004-12-09
A comunicação nacional das emissões brasileiras feita ontem (08/12) pelo Ministério de Ciência e Tecnologia é um passo importante no cumprimento das obrigações assumidas pelo Brasil na Convenção de Mudanças do Clima. A opiniao é da coordenacao nacional do Greenpeace. — Este é um sinal político muito importante para garantir que um dos maiores desafios ambientais de nossa era – as mudanças climáticas – faça parte da agenda de trabalho deste governo, ressaltou um comunicado da ONG. Entretanto, os ambientalistas fazem ressalvas. — A prioridade deve estar na implementação de medidas efetivas e não no discurso.
Segundo a Greenpeace os dados divulgados são antigos (1990-1994) e não apresentam nenhuma novidade: o desmatamento é a principal fonte de emissões no Brasil. — Os dados mais recentes mostram apenas uma piora deste cenário e confirma a inabilidade histórica do governo no combate ao desmatamento, lembra a ONG. — Os impactos das mudanças climáticas vão muito além da dimensão ambiental. Os impactos socioeconômicos são facilmente identificados na agricultura, disponibilidade de água, geração de energia e saúde pública. Se o governo está realmente decidido a tomar a questão seriamente é necessário agir imediatamente, diz o comunicado que ressalta os seguintes pontos:
- Elaboração de uma política nacional de mudança climática para regulamentar os compromissos assumidos no Protocolo de Kyoto;
- Estudos de vulnerabilidade e resposta emergencial a impactos climáticos. O País não conta com estudos e estratégias de resposta para enchentes, ciclones, aumento do nível do mar, desertificação de florestas tropicais e áreas de plantio. É fundamental que o País esteja preparado para responder a esta demanda cada vez mais presente em nossa realidade em função do aquecimento global;
- Implementação imediata da fase 2 do Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia) estimulando um aumento significativo da participação das energias renováveis (solar, eólica, biomassa e pequenas hidroelétricas) na matriz energética brasileira;
- Abandono do investimento na construção de usinas nucleares para geração de energia e, portanto, o desvio de recursos que poderiam ser melhor empregados em fontes alternativas;
- Fortalecimento de programas e instrumentos públicos para a conservação de florestas e combate ao desmatamento.