Empresa que resgatou o submarino Kursk quer remover o Vicuña do porto de Paranaguá/PR
2004-12-08
O clube de seguro P&I recebeu nesta segunda-feira (6/12) em Londres (Inglaterra) cinco propostas para resgatar do fundo do mar as 8 mil toneladas dos restos do navio chileno Vicuña, que explodiu no Porto de Paranaguá (PR) no dia 15 de novembro. O projeto escolhido seria divulgado ainda ontem, terça-feira (7/12).
O que sobrou do Vicuña será recortado e vendido para usinas de aço. Um dos possíveis compradores é o grupo Gerdau. Duas interessadas em remover os restos do navio participaram do resgate do submarino nuclear russo Kursk, que há quatro anos afundou no Mar de Barents, matando os 118 tripulantes.
O plano de recuperação ambiental da Baía de Paranaguá, que inclui a retirada do que sobrou do navio do porto, será apresentado hoje (8/12) à Capitania dos Portos do Paraná. Em seguida, o IAP - Instituto Ambiental do Paraná e o Ibama vão analisar o projeto.
O governo do Paraná divulgou nesta segunda-feira, em sua agência de notícias, que o plano pretende apontar alternativas técnicas para remover a estrutura sem causar mais danos ao meio ambiente. Segundo o presidente do IAP, Rasca Rodrigues, o navio será retalhado, porque ele encalhou sobre um banco de areia. Se ele for arrastado para ser retirado do local, o impacto será ainda maior.
Experiência
As empresas que disputam a concorrência internacional para içar o Vicuña têm boa experiência em acidentes marítimos. As companhias holandesas Smit Tak e Mamuth foram responsáveis pela complexa tarefa de retirar Kursk do fundo do mar. A concorrência recebeu ainda propostas da espanhola Tecno Sub e da também holandesa Svitver Wiujsmuller.
Segundo especialistas, o projeto de recuperação ambiental será executado durante dois ou três meses. Além da retirada da sucata, a empresa responsável pelo serviço terá de passar um detector de metais num raio de 2 a 3 quilômetros do local da explosão – e retirar eventuais restos de aço.
Na segunda-feira, deputados estaduais da CEI - Comissão Especial de Fiscalização que acompanha os trabalhos de contenção dos danos do acidente ocorrido com o navio chileno, fizeram a segunda audiência pública no auditório da Appa - Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina para discutir as ações tomadas desde o acidente. (Gazeta do Povo/PR e Ambiente Brasil, 7/12)