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2004-12-08
O presidente da Eternit, fabricante de telhas e caixas dágua, Élio Martins, fala sobre a utilização do amianto (asbesto) em seus produtos. — Existem certos tipos de amianto que são prejudiciais. O usado no país (crisotila), não é, garante ele. Nesta entrevista, concedida ao site Capital Gaúcha no final de novembro, Élio Martins contra-argumenta as acusacoes de ONGs e cientistas de todo o mundo que pedem o banimento do mineral.

— Houve-se muito falar de que o amianto seria uma fibra danosa a saúde do ser humano, isto confere?
Élio Martins - Nós temos que considerar a seguinte situação. O produto brasileiro hoje e a matéria prima (o tipo de amianto que se usa aqui) é diferente daquele que se fez uso nos Estados Unidos e principalmente na Europa no pós-guerra. Na Europa se utilizou muito o amianto anfibólio, um amianto diferente do brasileiro que é o amianto crisotila essa diferença básica está na sua composição. Enquanto o amianto anfibólio é um amianto cuja a composição é ferro, o da crisotila é magnésio, isto faz uma diferença grande na bioperficiência das fibras quando se respira. O amianto crisotila, é expelido no maximo em 2,5 dias enquanto o anfibólio permanece nos alvéolos do pulmão mais de 100 dias, então esta agressividade das fibras a torna muito mais nociva. A utilização na Europa se deu por jateamento em paredes e estruturas metálicas na industria naval e isto provocava uma grande dispersão de fibras no ar. Hoje nós utilizamos para fazer telhas e caixas dágua um processo onde a fibra está almagamada em uma matriz de cimento e esta utilização é feita por um processo muito rígido de controle que hoje nos temos uma lei (lei n°9.055 decreto 2.350) que disciplina o uso controlado do amianto no Brasil. Existe uma comissão de trabalhadores que hoje fiscaliza isto, é um acordo onde dentro de cada fábrica do setor tem uma comissão, que tem permissão até de desligar equipamentos se houver riscos.

— Este então é o diferencial brasileiro, com relacao ao amianto?
Élio Martins - O diferencial está na matéria prima brasileira, está na legislação brasileira e está no nível de aplicação de EPIs, que hoje são equipamentos com uma eficiência muito maior do que se tinha no passado. Este diferencial nos faz afirmar que não temos dentro das nossas empresas nenhum caso de disfunção respiratória provocada pelo amianto em operários que começaram conosco depois de 1980, isto por que a partir deste ano nós temos esses três pontos: o amianto matéria prima brasileira, a característica do produto e a eficiência dos equipamentos com uma legislação mais rígida. Estamos então há 24 anos e nenhum caso de disfunção respiratória entre os nossos colaboradores. Por um outro lado, para a população nós estamos há 64 anos no país produzindo telhas e caixas dágua e não tem nenhum registro hoje na literatura médica e científica que a população que utiliza os nossos produtos nesses 64 anos tenha contraído qualquer doença relacionada a esses produtos por conter amianto. É uma situação que, no passado, na Europa, nos Estados Unidos e até no Brasil teve alguns casos, mas hoje devido a fiscalização e a conscientização não há mais. Uma pesquisa feita pela Unicamp, que inclusive teve o suporte operacional da empresa, mostrou que existe o uso dissociado, quer dizer, é possível fazer o uso controlado e responsável que é o que se vem fazendo hoje. E este é o ponto que a empresa quer destacar. Esta discussão sobe o amianto, acho que ela precisa existir, pois é importante que a sociedade se informe, é importante que a gente tenha conhecimento para conduzir esse assunto, mas é importante também que se reconheça o seguinte, não se pode amarrar o futuro da atividade no Brasil querendo analisar o passado dela lá no exterior e até mesmo no Brasil. É importante a questão do passado para apurar eventuais responsabilidades de companhias e empresas que possam ter casos de contaminação de trabalhadores, mas é importante pra visualizar o futuro das atividades e como ela é exercida hoje. Há também uma declaração de apoio de todos os sindicatos que caminham conosco aonde eles colocam que a legislação brasileira e a forma que as empresas trabalham são suficientes para garantir a segurança dos trabalhadores.

— O amianto é encontrado aonde na natureza, qual é o formato da sua extração e como ele chega até a industria?
Élio Martins - Em 2/3 da crosta terrestre tem a presença de amianto. Nós temos a única mina da América Latina que é em Minas Sul ao norte de Goiás. Trata-se da 3ª maior mina de amianto do mundo e é a única também que tem ISO 14.000 de gestão ambiental. A Sama, que é uma controlada da Eternit, faz a extração da fibra de amianto e é considerada hoje a empresa modelo para o mundo em termos de segurança e capacidade operacional de gestão. Ela atende o mercado nacional e exporta 60% da sua produção. Então, este minério é extraído da natureza. Ele vem incrustado em rochas. Essa rocha é britada, de onde você tira a fibra de amianto. A fibra de amianto é muito parecida com o filtro de cigarro, quando abrimos o filtro de cigarro, ela tem aquele aspecto. O poder de extração dela como elemento de ligação dentro do concreto é referente ao ferro em uma estrutura de concreto, ela faz a amarração da peça. Isto é o que faz a fibra de amianto uma fibra incomparável no seu desempenho porque ela também é incombustível, porque é uma fibra que tem uma alta resistência e é isso que a torna tão eficiente para se trabalhar no concreto para fazer telhas e caixas dágua. Isto faz com que a gente tenha um produto com melhor custo-benefício do mercado.

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