Taim ampliado gera polêmica
2004-12-06
Empresas da região Sul do Estado festejam a suspensão pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) de decreto presidencial, assinado em junho do ano passado, que
ampliou a Estação Ecológica do Taim em mais de 77 mil hectares. Sete
ministros votaram contra a ampliação e quatro a favor. Os votos contrários
se sustentam na falta de consulta às comunidades locais sobre o decreto.
O diretor da Flopal, uma das empresas que ingressou com mandado de segurança
contra a ampliação, Paulo César Azevedo, endossa a opinião dos ministros que
votaram pela suspensão da medida. — A ampliação não interessava a ninguém e
foi feita de forma unilateral, sem consulta pública, afirma Azevedo.
Opinião semelhante é do presidente do Sindicato dos Comerciários de Rio
Grande, Paulo Arruda. O dirigente salienta que a suspensão premiou o desejo
de desenvolver a Metade Sul do Estado. Ele ainda classifica a suspensão
impetrada pelo STF como um reparo, uma vez que empresas têm projetos de
ampliar os negócios na região com o plantio de eucaliptos e de pinus.
A gerente executiva do Ibama no Rio Grande do Sul, Cecília Hypolito, diz que
a decisão do STF não critica a ampliação da reserva, e sim a falta de
consulta popular. Ela não considera nociva a ampliação da reserva, pois
acredita no desenvolvimento do turismo no local. Cecília deixou claro que a
decisão da Justiça não vai esmorecer a atuação do Ibama no Estado pela
ampliação das reservas. (CP, 04/12, 18)