Petrobras já tem base no Nordeste para explorar produção de biocombustível
2004-12-06
A mamona a ser produzida dentro do programa Probiodiesel, na Bahia, servirá para atender à meta do governo federal de acrescentar 2% de biodiesel ao diesel convencional. Para isto, será necessário um aumento de 150 mil hectares à área já plantada. Os principais municípios baianos produtores de mamona são Irecê, Jacobina, Seabra, Senhor do Bonfim, Itaberaba e Caetité, que respondem pela produção de 126, 5 mil toneladas. Em recente estudo da Embrapa, foram zoneados 190 municípios da Bahia com condições de solo e clima próprios para atender a esta demanda. O biodiesel é um biocombustível renovável e biodegradável usado como aditivo para motores de combustão interna com ignição por compressão. É obtido a partir de fontes renováveis – derivado de óleos de plantas agrícolas ou de gorduras animais, sendo ecologicamente recomendável. Sua produção realiza-se por uma tecnologia simples: a transesterificação, que consiste na utilização do óleo vegetal misturado ao álcool etílico ou metílico e mais um catalisador, podendo ser o hidróxido de sódio ou de potássio. Dessa reação saem dois produtos, o biodiesel e a glicerina, sendo que para cada 100 litros de biodiesel produzido são retirados 10 litros de glicerina. No processo também consta a desumidificação do óleo, ou seja, a retirada de água em forma de vapor. Para a exploração comercial do biodiesel, a Petrobras já está montando no Nordeste do país uma indústria com capacidade de 10 toneladas por dia. Outro produto que apresenta grande potencial para a produção de biodiesel é o girassol, pois tem um ciclo curto de produção, de 120 dias, e produz 400 litros de biodiesel por tonelada de sementes, podendo ser consorciado com a mamona. O Brasil, que já foi o maior produtor mundial de mamona, atualmente ocupa o terceiro lugar no ranking, atrás da Índia e da China, com uma produção estimada em 150,6 toneladas. A Bahia é o maior produtor do país, com 80% da produção.