Iniciado em 1998 e lançado em 2001, o Projeto Básico Ambiental da duplicação do trecho Sul da BR-101 é resultado do trabalho de biólogos, engenheiros e antropólogos e prevê a construção de estruturas que desviem a rota dos animais para que não sejam atropelados. Além disso, vai orientar o transplante de árvores e os cuidados a serem tomados para não aumentar a poluição do ar e sonora durante as obras.
Na maior parte do trajeto, a nova pista deve ser construída em paralelo à já existente, mas a supressão de parte da vegetação e a ocupação do território da fauna são inevitáveis. Segundo o Instituto Militar de Engenharia, que coordenou o plano, inevitável também será a remoção da comunidade indígena de Campo Bonito, em Torres (RS), afetada pela rodovia. A parte gaúcha do projeto, no que se refere à questão ambiental, está pronta para ser colocada em prática. Em Santa Catarina, três pontos ainda estão em discussão.
No Morro dos Cavalos (Palhoça), comunidades indígenas questionam o impacto da construção de um túnel. Na travessia das lagoas Santo Antônio e Imaruí, estuda-se uma maneira de evitar o impacto da construção de uma ponte sobre a vegetação de restinga. No Morro do Formigão, em Tubarão, a polêmica entre a utilização de túneis ou viadutos para transpassá-lo começa a ser resolvida, com a opção pelo túnel.
Estas obras estão orçadas em US$ 82 milhões e serão custeadas com recursos da iniciativa privada. Nas próximas semanas, as empresas que venceram a concorrência estarão se mobilizando para começar o trabalho, assim como serão cumpridas as exigências legais inerentes a essa etapa da execução de obras com recursos federais, como a concessão de licença ambiental para o canteiro de obras, por exemplo.
(Diário Catarinense, 03/12/2004)