Tartarugas do Caribe estão próximas da extinção
2004-12-01
As tartarugas marinhas do Caribe correm risco de extinção por causa dos excessos nas atividades de pesca e do desenvolvimento turístico, que estão destruindo seu habitat natural, segundo um estudo britânico. A diminuição da população desses animais em algumas ilhas caribenhas é tão dramática que nas Bermudas muitas delas já pararam de procriar. Nas ilhas Cayman, arquipélago idílico onde há anos viviam milhões de tartarugas, os biólogos temem que algumas espécies como a chamada bico de falcão já estejam praticamente extintas. O estudo, elaborado por biólogos da Universidade de Exteter, no Reino Unido, e pela Sociedade de Preservação Marinha, deixou alarmados os grupos de defesa do meio ambiente. As tartarugas foram durante muitos anos a principal fonte de alimento e renda em muitas regiões do Caribe e desempenhavam um papel fundamental na cultura dessa região. O homem só colonizou as ilhas Cayman porque nelas viviam as maiores colônias desses quelônios de todo o Atlântico. Mas, atualmente, na maior parte dos Territórios Britânicos Ultramarinos estudados, o número total de fêmeas que desovam nas praias todos os anos não passa de 50. A única exceção são as ilhas de Trucos e Caicos, dizem os cientistas. A maioria das tartarugas fêmeas, que põem ovos uma vez a cada três anos, só começa a procriar depois que chega aos 20 ou 30 anos. Devido ao grande número de ovos que se perdem por causa dos animais predadores ou de outros fatores da natureza, algumas vezes apenas um em cada mil ovos gera um indivíduo adulto capaz de gerar descendentes. Para piorar as coisas, as tartarugas são basicamente endogâmicas: as espécies de uma ilha não costumam cruzar com as espécies das outras. As fêmeas voltam para procriar sempre nas praias onde nasceram. Muitas praias, terrenos pantanosos e áreas cobertas de plantas marinhas que formam seu habitat natural foram vítimas nos últimos anos de marinas criadas pelo homem e de outras manifestações do desenvolvimento turístico da região. Embora a população local tenha começado a limitar voluntariamente o número de tartarugas que capturam a cada ano e tente proteger o habitat dos quelônios, a pobreza local fez com que os caribenhos pedissem ajuda ao governo britânico. (Terra 29/11)