Brasil precisa criar plano para controlar espécies aquáticas invasoras
2004-11-30
O relatório da Força Tarefa Nacional, criada em abril último e coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), para conter o avanço do mexilhão dourado (Limnoperna fortunei), pelos rios brasileiros, recomenda ao governo a elaboração e implantação de um plano para controle de espécies aquáticas invasoras, como medida de precaução para proteger biomas estratégicos, como a Amazônia.
Essas espécies chegam transportadas por navios de carga, na água de lastro, ou incrustradas nos cascos e, sem encontrar predadores naturais, invadem os ecossistemas nativos. Além do mexilhão, corais exóticos (Tubastraea coccinea e Tubastraea tagusensis), originários do Oceano Pacífico, também estão infestando a região da Ilha Grande, no Rio de Janeiro, ocupando espaço e excluindo as espécies nativas de corais.
O plano deverá ser instituído por decreto a partir de gestões do MMA. De acordo com o oceanógrafo do ministério, Robson Calixto, a intenção do plano é consolidar e articular medidas para que haja um perfeito controle das espécies que estão invadindo o país. O plano consolida aspectos dispersos, preenche lacunas na legislação e atribui competências, diz. No caso do mexilhão dourado, o relatório recomenda que o Ibama seja o órgão responsável pela coordenação das medidas de controle e indica como prioridade a instalação de coordenações locais nas regiões do Alto Paraná (MS/SP) e Alto Paraguai (MS e Porto Alegre-RS). O objetivo é descentralizar as operações e envolver as instituições locais no controle permanente do molusco. O resultado do trabalho da Força Tarefa Nacional será distribuído, a partir da próxima semana, às áreas infestadas pelo mexilhão dourado. (Agência Brasil, 29/12)