Detecção da presença de hidrocarbonetos gera parceria entre universidades
2004-11-30
Pesquisadores do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveram um equipamento que poderá ajudar no controle da contaminação do solo e das águas por vazamento de hidrocarbonetos a partir de tanques subterrâneos. A pesquisa é orientada pelo professor Ivo Milton Raimundo Júnior, e executada pelo mestrando Kassio de Lima, que trabalha em sensores ópticos e detectores mais simples e baratos que permitam o monitoramento de águas em campo. Hoje, os processos são executados em laboratório e requerem equipamentos sofisticados e custosos como os de cromatografia gasosa. O projeto Instrumentação, Sensores e Aplicações da Espectrocopia no Infravermelho Próximo, realizado pela Unicamp em parceria com a Universidade Estadual da Bahia (UNEB) e as federais da Paraíba (UFPB), Rio Grande do Norte (UFRN) e Pernambuco (UFPE), trata do desenvolvimento de sensores ópticos usuais para monitoramento de água. Segundo Ivo Raimundo Jr., a fibra óptica usada neste tipo de sensor possui um núcleo de quartzo e uma casca de silicona ou outro material polimérico. Colocada na água contaminada, essa casca absorve hidrocarbonetos como benzeno e tolueno. Uma ponta da fibra óptica é ligada na fonte de radiação infravermelha e, a outra ponta, num detector. — Se a casca está contaminada, o hidrocarboneto ali presente absorve a radiação infravermelha, devido à penetração da onda evanescente na casca, chegando ao detector com potência menor. Relaciona-se, então, a intensidade da radiação absorvida com a concentração de hidrocarboneto na água, explica o professor.