Combate ao aquecimento será mais difícil após 2012, diz Klaus Toepfer
2004-11-29
O combate ao aquecimento global ficará mais difícil em 2012, quando o Protocolo de Kyoto deixa de vigorar, e o mundo precisa tentar envolver os Estados Unidos na questão em longo prazo, disse na quarta-feira (24/11) o diretor do Programa Ambiental da ONU - Organização das Nações Unidas, Klaus Toepfer. Toepfer afirmou que os países precisam começar a se preparar para adotar maiores restrições à emissão de carbono após o protocolo, cujo objetivo é reduzir, até 2012, os níveis de emissões dos países desenvolvidos para um nível 5,2% inferior ao de 1990. —Temos de discutir além de Kyoto, temos de começar as negociações, disse ele no intervalo de uma conferência de oito países sobre o degelo do Ártico. Ele acha que a redução proposta pelo protocolo será fácil de atingir. — Como uma fruta num galho baixo. Mas que depois disso será necessário um grande esforço para tornar a geração de energia mais eficiente e limpa. Toepfer disse que o envolvimento norte-americano após 2012 é essencial para incentivar uma abordagem mais agressiva contra o problema, especialmente na China e na Índia, que concentram 40% da população do planeta e têm economias que crescem rapidamente.
Estratégia americana
A subsecretária de Estado para Assuntos Globais, Paula Dobriansky, disse que a prioridade neste momento são os projetos internos para a redução de poluentes nos EUA. O governo pretende reduzir em 18% até 2012 (com relação a 2002) a quantidade de gases do efeito estufa emitida por dólar contabilizado no PIB - Produto Interno Bruto. — Em 2012, vamos localizar as tendências e reavaliar nossa abordagem se for necessário, disse Dobriansky. Toepfer, que é alemão, disse que os Estados Unidos são os maiores emissores de carbono do mundo, mas também uma importante fonte de novas tecnologias para energias não-poluentes, como a solar e a eólica. Ele também elogiou o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, pela iniciativa de planejar uma redução de 60% nas emissões de poluentes de carbono até 2050, mas disse que para isso será necessário adotar critérios mais rígidos do que os de Kyoto. A ONU afirma que, se os objetivos do protocolo forem cumpridos, o mundo evitará um aumento médio de temperatura de apenas 0,1 grau Celsius, muito pouco em comparação com a elevação de 1,4 a 5,8 graus prevista até 2100. (Terra 25/11)