Continua a limpeza no Caribe, em meio a ruínas
2004-11-26
Em um período de apenas seis semanas de devastação, os furacões Charley, Ivan, Frances e Jeanne arruinaram partes da costa atlântica e mataram
milhares de pessoas que viviam no Caribe. Com 14 temporais nomeados e seis grandes furacões em 2004, os sucessivos ventos, com uma intensidade
raramente vista antes, deixaram em pedaços o que havia nas comunidades. Segundo alguns especialistas, foi a mais destrutiva temporada da
história. Mas, agora, populações de Granada, Jamaica, Cuba e República Dominicana estão lutando para recuperar-se. Segundo o técnico Tim
Callaghan, da agência de ajuda norte-americana, a USAID, vários países não estavam preparados para a magnitude dos danos dos furacões. Ele
acredita que os prejuízos, de bilhões de dólares, deverão ser ainda maiores, pois há ainda muito o que contabilizar. E a maioria das pessoas
não tinha seguro de bens. Os temporais intensos levaram ao fechamento de usinas de energia em algumas ilhas caribenhas. Milhões de pessoas
permanecem no escuro por meses, enquanto a eletricidade volta muito lentamente. Nas áreas mais severamente afetadas, o acesso à água potável
não está disponível, em locais onde ainda os esgotos correm a céu aberto. Os temporais deixaram também um rastro de anarquia e violência.
No Haiti, o país mais pobre do hemisfério ocidental, dezenas de milhares de pessoas permanecem sem casa e famintas mais de dois meses após o
temporal Jeanne ter devastado a nação. A luta diária por comida tornou-se rotina para milhares de pessoas, que assemelham-se a enxames
de abelhas lutando para satisfazer suas demandas básicas de sobrevivência. Segundo relatórios do governo norte-americano, o furacão
Ivan matou 39 pessoas em Granada e destruiu 90% dos lares da ilha. Em Cuba, o furacão Charley mandou pelos ares 70 mil casas e obrigou a
evacuação de 200 mil pessoas.(CNN 26/11)