Reservas extrativistas preservam 2 milhões de hectares da Amazônia, diz Capobianco
2004-11-26
A criação de duas reservas extrativistas no Pará acabou com conflitos de terra, além de garantir a proteção do meio ambiente e a sobrevivência das famílias da região. Nas reservas extrativistas Riozinho do Anfrísio, em Altamira, e Verde Para Sempre, na cidade de Porto de Moz, as famílias vivem da pesca, extração da borracha, castanha e óleos de Copaíba e Andiroba. Eles não vendem a produção, mas trocam por alimentos como açúcar, óleo e arroz com os comerciantes que circulam a região de barco.
O extrativista Raimundo Delmiro conta que, depois da criação da Reserva Riozinho do Anfrísio, os posseiros e grileiros que invadiam a região estão saindo. — O mais importante que está acontecendo aqui é que os grileiros e posseiros que perturbavam a nossa vida agora estão deixando a área e está mais tranqüilo viver aqui, afirmou.
O secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, destaca que a criação das reservas garantiu a preservação de dois milhões de hectares da região Amazônica. A decisão representa uma proteção à biodiversidade, à diversidade cultural e garante o futuro dessas populações tradicionais que vivem do extrativismo na região. É importante destacar ainda que essas reservas foram criadas numa área de conflito fundiário extremamente grave. As populações locais vinham sendo vítimas de pistoleiros e grileiros que tentavam retirá-las da área para obterem a possibilidade de ocupar a região ilegalmente, explica o secretário.
As reservas extrativistas são unidades de conservação utilizadas por populações tradicionais que vivem do extrativismo, agricultura de subsistência e criação de animais de pequeno porte. As reservas asseguram o uso racional dos recursos naturais. (Rosamélia de Abreu/Radiobrás)