EUA registraram 83 casos de explosão de celulares desde 2002
2004-11-25
Um fato pouco divulgado, mas que já vem acumulando um bom desempenho estatístico nos Estados Unidos é o da explosão de telefones celulares, com prejuízos para os usuários. Desde 2002, foram registrados 83 casos pelas autoridades da área de segurança. Um deles aconteceu com o garoto Michael Couthre, de 13 anos. Ele apenas percebeu um estouro e sua mão cheia de sangue quando o aparelho explodiu. A causa mais provável são as falhas em baterias ou cargas. Queimaduras no rosto, no pescoço, nas pernas estão entre dezenas de danos relatados à Comissão de Defesa do Consumidor de Produtos (CPSC). A agência já providenciou modelos de celulares que evitam este tipo de acidente, ao mesmo tempo em que deu início a um trabalho de checagem da indústria de telefonia sem fio. Deverá haver recall de baterias. Ao mesmo tempo, a comissão está trabalhando para criar melhores padrões de bateria. — A CPSC está recebendo mais e mais relatos de incidentes envolvendo telefones celulares, e nós estamos muito preocupados com a possibilidade de danos piores, de mais incêndios, disse o assessor de comunicação da instituição, Scott Wolfson. De acordo com os fabricantes de aparelhos de telefonia celular, as explosões são cada vez mais causadas por baterias de má qualidade, e não por haver muitos usuários, pois existem apenas 170 milhões de usuários de telefone no país. –Você está condensando mais e mais poder em um espaço pequeno, o que você está fazendo é uma pequena bomba, diz Carl Hilliard, presidente da Aliança de Consumidores de Telefonia Sem Fio, uma instituição com sede na Califórnia que vem rastreando incidentes, inclusive explosões, com telefones celulares. O fato é que muitas baterias podem ter sido recauchutadas, e o lítio presente na maioria delas pode ficar superaquecido, se, por exemplo, uma rajada de ar quente atingir o aparelho por algum tempo. Segundo Wolfson, no caso de temperaturas muito elevadas, ocorre o efeito-torque, se as baterias não funcionarem adequadamente. A comissão anunciou três recalls de baterias desde janeiro, uma da empresa Verizon Wireless e duas da Kyocera Wireless Corp. No caso do primeiro recall da Kyocera, a responsabilização ficou coim o fornecedor, que não havia cumprido padrões de qualidade. A Kyocera, que fez recall de 1 milhão de baterias, no mês passado, disse que trocou de vendedores e duplicou seus esforços a fim de testar suas próprias baterias. Para solucionar o problema, membros da indústria começaram a colarborar, na semana passada, com o Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), uma organização que padroniza e cria design e padrões para novas baterias, voluntariamente. (ABC News 24/11)