Agricultores familiares ocupam menos terras no país
2004-11-25
A agricultura familiar emprega cerca de 13,8 milhões de pessoas no Brasil, o que representa 77% do total. São 4,5 milhões de famílias ou 85% do total, mesmo assim, ocupam apenas 30% da área cultivada (108 milhões de hectares), enquanto o restante é ocupado pelo agrobussines. Os dados foram apresentados por Valter Bianchini da Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), durante o V Seminário Internacional de Agroecologia e VI Seminário Estadual sobre Agroecologia que está sendo realizado na PUC/RS, em Porto Alegre até amanhã (26/11). Segundo ele, o governo federal vem, através da secretaria, implantando políticas de incentivo à agricultura familiar, como a universalização do conhecimento no campo. — Desde o início deste governo, trabalhamos a necessidade de fortalecer o setor, que é muito significativo no meio rural, salientou, sem no entanto, especificar como na prática tais incentivos estão sendo efetivados. — Implantamos neste governo o Pronaf, que apenas neste ano aplicou R$ 4,5 bilhões no setor, garantiu.
Dados
A Agricultura Familiar representa no total:
Pecuária de corte – 24%
Pecuária de leite- 52%
Suínos- 58%
Aves e ovos- 40%
Algodão- 33%
Arroz- 31%
Cebola- 72%
Feijão- 67%
Agroecologia familiar
Uma estratégia para desenvolver a agricultura familiar, de acordo com Bianchini, é a reorientação voltada para o desenvolvimento rural sustentável, tendo o ponto de vista da sustentabilidade ambiental. Ele defendeu a mudança de perfil do profissional que trabalha com a agropecuária. — Toda uma geração aprendeu sob a perspectiva do desenvolvimentismo e produtivismo, no caso da agropecuária e fazer essa passagem é nossa meta, afirmou. A passagem pela qual Bianchini se referiu significa melhor qualidade dos produtos e saúde para os agricultores e população em geral, tendo como partida o respeito ao meio ambiente.
Para tanto o ministério vem integrando alunos e professores de 16 universidades em todo o país a práticas agroecológicas, formando núcleos interdisciplinares que remanejarão os currículos e formação dos futuros profissionais do campo.