Experiência da Paraíba mostra eficiência do banco de sementes crioulas
2004-11-25
Ainda na terca-feira no Congresso Brasileiro de Agroecologia, o integrante da ONG AS-PTA, Luciano Marçal da Silveira, da Paraíba, mostrou uma experiência de preservação da agrobiodiversidade naquele estado. Ela apresentou o banco comunitário de sementes crioulas, uma estratégia criada em 1974 pelos próprios agricultores apoiada pela Igreja para favorecer a comunidade local. — O banco de sementes é uma organização dos agricultores familiares para garantir o livre acesso às sementes. Com isso temos o resgate das variedades locais, a gestão do estoque e o armazenamento, destacou. Hoje há uma rede social de bancos de sementes comunitárias, onde estão envolvidas 7.145 famílias. Essa iniciativa garante autonomia dos agricultores em relação ao governo, que além de fazer uso político das sementes, distribuía sempre as mesmas espécies, o que não permitia variabilidade no solo. Segundo Luciano, foram resgatadas 220 variedades de feijão, milho, fava, arroz, entre outras, em 55 municípios da Paraíba. — Há uma diversidade de espécies adequadas a cada uma dessas realidades ambientais e sócio-culturais. E essas variedades mostraram aspectos de qualidade em relação às sementes melhoradas, afirmou.