Direito à informação é requisito básico da sustentabilidade, dizem cientistas
2004-11-25
Além do lancamento de publicacoes especializadas, os participantes do Congresso Brasileiro de Agroecologia abordaram na terca-feira (23/11) a questao do conhecimento ligado à questao ambiental. Mostrando experiências inovadoras, desenvolvidas por agricultores de diversos países da África e da Ásia no período de 1997 a 2001, o pesquisador do ETC Ecoculture da Bélgica, Jean-Marie Diop, destacou a importância de combinar o conhecimento dos agentes de campo com o dos agricultores, tendo como base o processo interativo de mudanças.
Diop falou sobre a experiência de agricultores da República de Camarões, que desenvolveram um gerenciamento de área cercada, com a utilização de animais para a fertilização do solo à noite. — Os agricultores estavam preocupados com o declínio da fertilidade do solo e, através de um acordo com criadores da região, utilizaram o gado para fertilizar as áreas. Foi uma alternativa inovadora encontrada pelos próprios agricultores naquele momento para a solução do problema, revelou o pesquisador.
Desrespeito às leis
A bióloga, especialista em biodiversidade e gestão ambiental, representante da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul e do Conselho Federal de Biologia, Luíza Chomenko, falou sobre os Aspectos éticos do acesso à informação: direito ou dever?. Segundo ela, muitos direitos da humanidade estão deixando de ser respeitados, principalmente o direito à informação. — A questão da rotulagem dos transgênicos é um exemplo de que não se respeitam as leis e os consumidores desse país.
Ainda o professor da Universidade de Córdoba, José Taberner Guasp, falou sobre o tema. Ele abordou o panorama da ética ambiental e as tentativas e formas de tornar o assunto condizente com os tempos atuais. — Os princípios para uma ética ambiental determinam que o homem deve trabalhar, de modo que o patrimônio natural seja preservado para as futuras gerações, não colocando em perigo a natureza para a continuidade do homem, explica Guasp. — Este é o princípio da precaução, que se aplica, por exemplo, aos transgênicos e à energia nuclear, sobre os quais ainda há muitas dúvidas e carência de conhecimento e comprovações, explica Guasp.