Unicamp desenvolve programa que auxilia o tratamento do lixo
2004-11-24
Um programa de computador que ensina a tratar o lixo das cidades acaba de ser criado na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas/SP). Além de auxiliar na diminuição dos poluentes, o programa, batizado de Verdes (Viabilidade Econômica da Reciclagem dos Resíduos Sólidos), pode contribuir desde a geração de renda para as famílias carentes até mostrar aos empreendedores os resultados de viabilidade comercial da reciclagem.
– A plataforma pode auxiliar tanto um pequeno condomínio como um país, disse Márcio Magera, responsável pelo desenvolvimento do software à Agência Fapesp.
Segundo o pesquisador, que também é professor do departamento de Sociologia Unicamp, o programa possibilita que o usuário realize simulações com base nos grandes cinco principais tipos de lixo inorgânicos.
– As latas de alumínio e de aço, os papéis e os papelões, assim como os plásticos e os vidros representam aproximadamente 95% dos valores mercadológicos do lixo, disse Magera.
Essas são as cinco categorias que o programa analisa.
Os eventuais beneficiados com o programa, segundo o pesquisador, podem ser as prefeituras em busca de soluções para a destinação dos resíduos, profissionais da coleta que precisam aumentar a renda, além das cooperativas, empresas e indústrias de transformação.
No programa, basta colocar o número de habitantes de uma cidade, por exemplo, para que seja possível calcular a quantidade de lixo urbano produzido pela população. É possível ainda saber o número de pessoas que podem ser empregadas na coleta, o preço médio de cada tipo de produto reciclado, o lucro que as empresas podem ter, além de informações sobre a economia em energia, água e matéria-prima que o processo de reciclagem vai gerar.
– Existem empresas privadas que cobram até R$ 100 mil para fazer uma simulação semelhante a esta, chegando a levar cerca de 6 meses para entregar o projeto. A grande vantagem é que o software pode fazer o mesmo trabalho em apenas alguns minutos, disse Magera.
Porém, o pesquisador calcula que o programa pode chegar a ter uma margem de erro - nem um pouco desprezível - de até 20%.
O software está sendo distribuído gratuitamente pela Unicamp para as prefeitura de todos os Estados brasileiros.
– Só o Estado do Paraná, por exemplo, conta com 60 prefeituras que vêm utilizando o programa. Em São Paulo a plataforma é utilizada por 30 municípios, disse. (Thiago Romero / Agência Fapesp – 23/11)