Especialista sugere banir amianto na Ásia
2004-11-24
A Ásia necessita banir o uso de amianto e realizar estudos a respeito de pessoas que ficaram doentes devido à exposição a este tipo de substância. A avaliação é de Ken Takahashi, professor de epidemiologia ambiental da Universidade de Meio Ambiente e Saúde Ocupacional em Kitakyushu, no Japão. — O número de pessoas com distúrbios induzidos pelo amianto vai aumentar na Ásia, no futuro, afirma Takahashi. — Precisamos tentar obter a adesão de mais países para que parem de usar o amianto, complementa. O especialista realizou três dias de conferência em Tóquio, no último final de semana, quando foi realizado o Congresso Global do Asbesto 2004, reunindo 420 pesquisadores, grupos de representantes civis e parentes de pessoas que têm distúrbios relacionados à doença em mais de 36 países. Eles discutiram problemas relacionados ao amianto e suas possíveis soluções. A conferência foi organizada por grupos civis e de pesquisadores japoneses. O professor Takahashi, epidemiologista especializado em doenças causadas pelo amianto, falou sobre as possibilidades de prevenção desses males. O asbesto é usado em uma variedade de materiais de construção a fim de torná-los mais resistentes ao fogo. Mas um número enorme de estudos relaciona a substância ao câncer de pulmão e ao mesotelioma, que causa tumores malignos na cavidade da pleura. Apesar de muitos países industrializados terem banido o amianto, a exposição ainda existe em locais como Coréia do Sul, Taiwan e Singapura, e o uso está aumentando na China, no Vietnã, na Tailândia e na Indonésia, afirma o professor. No Japão, o pico de exposição ao amianto foi nos anos 70, e o número de pessoas que morre por causa dessa exposição vem aumentando em anos recentes, pois as doenças relacionadas ao amianto demoram de 30 a 40 anos para se manifestar. O número de vítimas do amianto no Japão era de 500 em 1995, mas subiu para 878 em 2003, segundo o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar. Takahashi estima que 2.440 pessoas morreão por mesotelioma entre 2035 e 2039. Mas, nos outros países asiáticos, não há sequer dados de controle
epidemiológico das doenças ligadas ao amianto. (Japan Times 23/11)