Sardinhas na costa africana minimizam aquecimento global
2004-11-24
Cientistas que trabalham na costa africana identificaram, recentemente, a presença de sardinhas como um fator inesperado no contexto do aquecimento global. Tais peixes não estão impactando o meio ambiente como o gado, por exemplo, cujas emissões de metano piora o problema do aquecimento da Terra. Ao contrário, as sardinhas melhoram a situação, dizem os cientistas, desde que, claro, não sejam pescadas. Eles alegam que quando as sardinhas são abundantes, elas devoram o fitoplâncton, plantas muito tênues que aparecem em grandes quantidades nas correntes oceânicas, que liberam gases estufa em águas profundas. Mas quando as sardinhas são escassas, o fitoplâncton permanece sem ser devorado, afunda e libera metano e sulfito de hidrogênio, gás que forma nuvens sobre a superfície das águas. O sulfito de hidrogênio cheira como ovo podre e pode envenenar peixes, pois captura o oxigênio da água e move-se para a superfície, formando zonas mortas. O metano, grama a grama, prende 21 vezes mais o calor do que o dióxido de carbono, o gás de efeito estufa mais comum. Os pesquisadores, Dr. Andrew Bakun, da Universidade de Miami, e Dr. Scarla J. Weeks, da Universidade de Cape Town, derivaram sua teoria do plâncton-sardinha-metano enquanto trabalhavam na Namíbia, onde populações de sardinhas têm sido devastadas desde 1970 pela pesca sem limites. Eles descreveram suas conclusões na atual edição do jornal científico Ecology Letters. (NY Times 23/11)