Crescimento populacional e conseqüências ambientais
2004-11-23
Desde a época de nossos antepassados nômades, onde quer que os humanos coloquem os pés a vida selvagem corre risco de extinção. Foi o que aconteceu há 11.500 anos, logo após a chegada de grupos humanos à América do Norte, quando 73% dos grandes mamíferos da região desapareceram. Hoje, a expansão da população humana e suas vastíssimas conseqüências ambientais têm tal escala que alguns cientistas suspeitam estarmos diante da sexta extinção – a quinta aconteceu há 65 milhões de anos e varreu do planeta os dinossauros. Para o biólogo inglês Desmond Morris, autor de O Contrato Animal (1990), o crescimento descontrolado da população é responsável por outro fenômeno ainda: o recuo da natureza e o isolamento do homem. A necessidade cada vez maior de alimentos e de terras cultiváveis levou à quebra das regras originais que permitiam ao homem dividir o planeta de maneira equilibrada com as demais espécies. A redução das áreas selvagens do continente africano e das florestas tropicais e equatoriais, como a Amazônia, últimas grandes reservas, prenunciam um mundo irremediavelmente dividido – de um lado, os humanos; do outro, todas as demais espécies animais, ou as que restarem. (Veja 21/11)