Nasa testa motor que atinge 11.000 Km/h com combustível retirado do ar
2004-11-23
Um vôo experimental de apenas dez segundos tornou palpável uma perspectiva fascinante: a construção de um avião capaz de dar a volta ao planeta em poucas horas e fazer isso sem queimar combustíveis fósseis. Na terça-feira da semana passada (16/11), o X-43 A, um avião não tripulado da Nasa, agência espacial americana, atingiu 11.000 quilômetros por hora, mais de dez vezes a velocidade do som. A façanha é fruto de um sistema de propulsão conhecido como scramjet. Desenvolvido logo após a II Guerra Mundial, vale-se do fluxo de ar que entra no motor para acionar a queima do combustível, que no caso é hidrogênio. Isso faz com que o motor seja mais leve que as turbinas convencionais, mas também traz um problema: ele não consegue iniciar a propulsão sozinho quando não há um fluxo de ar forte o suficiente para fazê-lo funcionar. Montado na ponta de um foguete Pegasus, o X-43 A pegou carona sob a asa de um bombardeio B-52 até a altitude de 12.000 metros. Dali em diante foi conduzido pelo foguete até atingir a altura de 33.000 metros e velocidade quatro vezes maior que a do som. Só então o motor se ligou e funcionou por dez segundos antes de cair no mar, conforme planejado. (Veja 21/11)