Ibama alerta comunidades do Paraná sobre vazamento de óleo
2004-11-23
Técnicos do Ibama (Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) visitam segunda-feira (22/11) comunidades que vivem em locais próximos às baías das Laranjeiras e de Pinheiros, no litoral do Paraná, para alertar sobre a necessidade de suspender pesca e banhos nas regiões.
Desde a última quinta-feira, dia 18, equipes recolhem animais contaminados pelo óleo que vazou do navio chileno Vicuña, que explodiu no porto de Paranaguá no último dia 15.
A bióloga do Ibama Guadalupe Vivekananda disse que o cuidado se deve ao fato de que peixes, aves e outros animais e organismos aquáticos se movimentam e podem carregar partículas do óleo para locais não afetados diretamente.
– Nosso alerta diz respeito principalmente à saúde das pessoas. Não queremos que elas pensem nas multas que podem receber e sim nos riscos que correm, afirmou. Segundo ela, o contato com a água contaminada pode provocar dores de cabeça e ardência nos olhos.
As visitas às comunidades têm sido feitas quase todos os dias para esclarecimento de dúvidas.
Ambiente
É intenso o trabalho do Grupo de Resgate de Fauna do Ibama no litoral do Paraná. Cosetti Xavier da Silva, coordenadora do Núcleo de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama, considerou grave o impacto do acidente para a fauna da região.
Até o meio da tarde de domingo, dia 21, foram encontrados 34 animais mortos. Entre eles, aves, tartarugas, botos e invertebrados. Cosetti disse que o número de resgates deve aumentar nos próximos dias, já que a intoxicação é um processo lento e gradativo.
– Alguns animais podem começar a sofrer as conseqüências após vários dias de intoxicação, disse. Outros oito animais capturados com vida – cinco biguás, um atobá e uma tartaruga verde – são tratados por veterinários e biólogos no espaço improvisado do grupo de resgate em Paranaguá. A equipe que trabalha para a recuperação ambiental é formada por cerca de 120 profissionais e voluntários do Ibama e conta com o apoio de organizações não-governamentais, além de moradores da região. (Folha Online 22/11)