MMA trata com descaso reunião do Consema (RS) sobre Barra Grande
2004-11-23
O Ministério do Meio Ambiente tratou com descaso a reunião do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), que abordaria o impacto provocado pelas barragens que estão sendo construídas na Bacia do Rio Uruguai. Essa pauta vinha sendo solicitada há dez meses pela Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), que convidou especialmente para essa reunião, Lúcia Ortiz, coordenadora do Grupo de Energia do Fórum Brasileiro de Organizações Não Governamentais e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, FBOMS e Érico Francisco da Fonseca, da Coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens da Região Sul, MAB.
Pauta incompreendida
A representante do Ministério do Meio Ambiente, Cecília Hypólito, Gerente Executiva do Ibama, não pode apresentar a posição do Ministério, segundo sua justificativa, porque não entendeu a pauta da reunião que lhe foi encaminhada. Com isso aumenta a apreensão da sociedade gaúcha com o acirramento do conflito que está ocorrendo no canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Barra Grande. De um lado está o consórcio BAESA (Votorantim, Alcoa, Bradesco e Camargo Corrêa), responsável pela obra. De outro as famílias que foram desalojadas de suas terras e os ambientalistas que questionam o Eia/Rima fraudulento, que omitiu a existência de 4 mil hectares de Mata Atlântica, que serão derrubadas. Os ambientalistas julgam omissa e criminosa a posição adotada pelo Ibama, Ministério do Meio Ambiente e Ministério de Minas e Energia, que assinaram Termo de Compromisso com a Baesa, por intermédio da Advocacia Geral da União e do Ministério Público Federal, permitindo a destruição deste patrimônio natural dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Embora frustrado o Consema, deliberou pela realização de uma reunião Extraordinária para discussão deste tema a ser definida entre 1ª a 3 de dezembro ainda deste ano.