14 países fecham acordo para captura de metano
2004-11-22
O Brasil é um dos 13 países a assinar um acordo com os Estados Unidos para captura e reaproveitamento de emissões de gás metano oriundo de depósitos de lixo, minas de carvão e zonas de extração de gás e petróleo. A idéia é comercializar o gás capturado de forma não agressiva ao ambiente. Os EUA se comprometeram a arcar com US$ 53 milhões ao longo dos próximos cinco anos para viabilizar o acordo. Os outros países participantes são China, Índia, Argentina, Austrália, Colômbia, Itália, Japão, México, Nigéria, Rússia, Grá-Bretanha e Ucrânia.
Gás energético
O metano é o principal componente do gás natural. Liberado na atmosfera, entretanto, é tido como responsável por 16% das partículas retentoras de calor na atmosfera. Mesmo assim, como combustível, é um poluidor menor, em comparação com dióxido de carbono produzido por outros combustíveis fósseis, que responderiam por mais 70% do efeito estufa. Em países de baixo desenvolvimento industrial boa parte do metano disponível não é aproveitado e acaba contribuindo para a poluição do ar, através de vazamentos ou desperdício. O projeto americano é reduzir este desperdício, colocando no mercado mais nove milhões de toneladas de gás metano até 2015.
Críticas
Michael O. Leavitt, coordenador da Agência de Proteção Ambiental, disse que o acordo é importante para os países participantes tanto no aspecto ambiental como no econômico. O acordo teve o apoio de grupos ambientalistas e industriais. Mas provocou críticas ao fato de o governo de George W. Bush ter se recusado a assinar o Protocolo de Kioto, o acordo internacional que prevê a redução das emissões de gases relacionados ao efeito estufa. — É útil — afirmou David D. Doniger, analista do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais dos EUA, referindo-se ao acordo firmado para a captura de metano. — Mas, comparado com o problema que está sendo ignorado, é quase nada. Lobistas do setor energético, por sua vez, destacaram que o acordo tem um grande ponto positivo, que é a inclusão de Brasil, China e Índia, três paises de grande porte que tradicionalmente resistem a se comprometer com programas de redução de dióxido de carbono, por medo de impor limites a seu desenvolvimento econômico.(NY Times, O Globo 18/11)