Especialista pede estudo de impacto ambiental sobre aquecimento global
2004-11-19
O especialista em geografia ambiental e professor da UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, David Zee, afirmou, durante o programa Diálogo Brasil, gerado pelo canal de TV a cabo da Radiobrás, a NBR, em rede pública de televisão, nesta quarta-feira (17), que o governo brasileiro precisa preparar estudos de impacto ambiental sobre o aquecimento global. Segundo Zee, é preciso estudar com bastante cautela a delimitação para edificação das cidades litorâneas no Brasil. Isso, para se devenvolver diagósticos e evitar catástrofes, semelhantes ou piores do que o furacão Catarina, no começo deste ano no Sul do país. — É esse tipo de sinal que a natureza nos dá que devemos parar de nos espantar e começar a nos preparar para enfrentá-los, disse o professor, prevendo que questões parecidas podem voltar a acontecer. A coordenadora do grupo de avaliação ambiental do programa Antártico Brasileiro, Tânia Brito, reforçou a tese de se investir em estudos e projeções sobre o impacto ambiental brasileiro. O secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, Claúdio Langone, informou que já existem estudos sendo feitos sobre o impacto ambiental do aquecimento global, mas o número deles ainda é muito pequeno.
Fontes de energia renováveis
Para o diretor de programas do grupo ambientalista Greenpeace, Marcelo Furtado, com a ratificação do Protocolo de Kyoto - tratado internacional que pretende, entre outras coisas, diminuir a emissão de gases poluentes no planeta - as fontes de energias renovavéis devem virar um negócio lucrativo.
Segundo Furtado, nesse negócio o Brasil leva vantagem, já que possui um grande potencial energético. Ele foi um dos participantes do programa Diálogo Brasil, que teve como tema o combate à degradação ambiental. Furtado prevê também que os Estados Unidos, mesmo não assinando o termo de Kyoto, devem se interessar por uma fatia desse novo mercado, não tanto pelos aspectos ambientais, mas por aspectos econômicos. — Não podemos deixar de fazer o dever de casa por conta dos Estados Unidos, defende o ambientalista, dizendo que mesmo se os Estados Unidos não aderirem ao acordo, o Brasil deve cumpri-lo. O secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, Claúdio Langone, informou que no governo há um grupo interministerial para cuidar das questões internacionais para tratar de políticas de meio ambiente. (Agência Brasil 17/11)