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2004-11-19
Duas novidades vieram a público nas últimas semanas a respeito do aquecimento global. A primeira delas foi a adesão da Rússia ao Protocolo de Kioto, um acordo internacional que estabelece metas para as nações industrializadas diminuírem a emissão de seis gases nocivos à atmosfera, principalmente o dióxido de carbono (CO2), apontado como principal responsável pelo efeito estufa. A segunda notícia de impacto foi a divulgação do mais completo relatório já feito sobre o efeito estufa no Círculo Polar Ártico. Elaborado por 250 cientistas de oito países, entre eles Estados Unidos, Canadá e Rússia, o estudo conclui que o aquecimento global está esquentando o Ártico quase duas vezes mais rápido que o resto do planeta, provocando um derretimento das geleiras que até o fim deste século pode acabar com a calota polar e elevar o nível dos oceanos em 90 centímetros, ameaçando milhões de vidas e acabando com cidades inteiras (como as da costa da Flórida, nos Estados Unidos).

Catástrofe
O relatório sobre o Ártico é apenas o mais recente em meio a uma série de previsões catastróficas produzidas pela ciência nos últimos vinte anos, desde que o efeito estufa e o conseqüente aquecimento global foram detectados e analisados. Há na comunidade científica quem sustente que muitas dessas previsões são exageradas, e até mesmo que o aumento da temperatura da Terra trará alguns benefícios - para a agricultura das regiões muito frias, por exemplo. A maioria dos estudiosos, no entanto, acredita que se está lidando com riscos palpáveis para a natureza e a espécie humana. A temperatura geral da Terra aumentou 0,5 grau no século XX e os anos 90 registraram as temperaturas mais quentes da história. Em 2100, as regiões do globo estarão de 1,5 a 2,7 graus mais quentes. Isso significaria tempestades mais freqüentes e violentas, novas regiões desérticas, maior incidência de males respiratórios, invasões de insetos, surtos incontroláveis de dengue e malária e por aí afora.

Instrumento
O mais importante instrumento criado até hoje para prevenir esses desastres é justamente o Protocolo de Kioto. Agora, com a adesão da Rússia, os países que o assinaram terão de colocar em ação planos de substituição de energia para deter a escalada da fumaça que forma um cinturão de gases tóxicos na atmosfera. O grande obstáculo ao sucesso do projeto são os Estados Unidos. O governo Bush - e o candidato derrotado John Kerry anunciou que tomaria posição semelhante caso fosse eleito - se recusa terminantemente a assinar o protocolo. O presidente avalia que a diminuição da emissão de gases traria sérios prejuízos à economia do país. Ele diz que considera o fantasma do aquecimento global bastante real, mas prefere combatê-lo com ações voluntárias por parte das indústrias poluentes e com novas soluções tecnológicas.

Fator desequilibrante
O problema é que os Estados Unidos, sozinhos, emitem nada menos que 36% dos gases venenosos que criam o efeito estufa, e as ações anunciadas por Bush são ainda um vago plano para o futuro. Apenas nos últimos dez anos, a emissão de gases por parte dos Estados Unidos aumentou 10%. A questão do impacto do protocolo nas economias, porém, não é desprezível. Outros países importantes, como a Austrália, também resolveram ficar de fora do pacto. A própria Rússia só decidiu aderir ao descobrir que ele poderia servir de moeda de troca, junto à União Européia (a maior defensora do acordo), para seu ingresso na Organização Mundial do Comércio. Por tudo isso, avalia-se que o Protocolo de Kioto é ainda apenas uma luz no fim do túnel. Muitos cientistas, por outro lado, minimizam as previsões catastróficas ligadas ao aquecimento global na certeza do advento de novas descobertas sobre o fenômeno no futuro próximo. Até 1979, quando as medições da temperatura da Terra começaram a ser feitas por satélites, tudo o que havia eram termômetros espalhados meio aleatoriamente pelo planeta. Hoje, a ciência está bem mais aparelhada. (VEJA, nº46, 17/11)

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