Bombeiros buscam vítimas de explosões no Paraná
2004-11-17
Dois dos quatro desaparecidos no acidente com o navio chileno Vicuña, de propriedade da Sociedad Naviera Ultragas, que explodiu na noite de segunda-feira (15/11) no Porto de Paranaguá, foram encontrados ontem, mas ainda não foram oficialmente identificados. Pela manhã, um corpo mutilado e carbonizado foi resgatado quando boiava nas proximidades da Ilha das Cobras. O outro foi encontrado por pescadores, por volta das 15h, próximo à Ilha Seca Rasa, na saída da Baía de Paranaguá. Outros 24 tripulantes tinham sido levados para um hotel depois da explosão.
O Corpo de Bombeiros passou o dia tentando controlar o incêndio que tomava conta do interior do que restou do navio. A dificuldade era o labirinto interno e o desconhecimento dos bombeiros sobre os compartimentos.
Na hora da explosão, o navio estava com 5 milhões de litros de metanol, produto tóxico e inflamável, além de 1,2 mil toneladas de óleo bunker - combustível do navio - e outras 150 toneladas de óleo diesel. Segundo o secretário do Meio Ambiente do Paraná, Luiz Eduardo Cheida, até a tarde de ontem (16/11) o diesel ainda não havia vazado. Sobre os outros dois produtos, era desconhecida a quantidade derramada no mar e nem se continuava vazando.
Uma mancha podia ser observada por mais de 4 quilômetros, atingindo ilhas e a Baía de Guaraqueçaba. Em razão disso, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) emitiram portaria proibindo a pesca, o consumo de peixes, o uso da água e o mergulho na área afetada. Apesar das barreiras de contenção jogadas no mar, a mancha de óleo já chegava à área de mangue. Peixes e aves mortos já apareciam mortos na baía.
As investigações sobre o acidente serão feitos pela Capitania dos Portos e pela Polícia Federal, com auxílio de seis peritos brasileiros e dois ingleses. A explosão ocorreu no momento em que o navio já tinha descarregado 9 milhões de litros de metanol nos tanques da Cattalini Terminais Marítimos. Em nota, a empresa se eximiu de culpa. O terminal privado da Cattalini fica a cerca de um quilômetro do cais do porto público que, segundo a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), teve as atividades paralisadas por algumas horas após o acidente, voltando a operar ontem. A Appa afirmou não ter culpa no incidente. (ZH/37)