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2004-11-17
De acordo com um porta-voz do Departamento de Estado colombiano, não foram registrados relatórios informando sobre danos à saúde da população em decorrência do uso de inseticidas na lavoura, de forma massiva e de composição não controlada. — Os testes toxicológicos mostram que a mistura de herbicida usada para spray, e da maneira como está sendo usada, não provoca qualquer risco adverso para humanos e para o meio ambiente, afirma o porta-voz. Contudo, a política utilizada nas lavouras colombianas para combater pragas contra as folhas de coca tem provocado críticas de grupos de cinetistas dedicados ao meio ambiente, grupos de conservacionistas que lutam pela proteção da floresta tropical e pelos direitos dos trabalhadores. Para muitos deles, o cultivo de coca, como em Putumayo, é a única maneira de sobrevivência. Betsy Marsh, autora do relatório Indo aos Extremos, divulgado pelo Grupo de Trabalho Latino-americano (LAWG), diz que a maioria dos trabalhadores nessas lavouras têm pequenas propriedades, um mercado pobre e não têm acesso a crédito, tampouco capacidade de competir no mercado. A falta de segurança nas estradas e no transporte, nas áreas rurais da Colômbia, impede o comércio da produção agrícola. Em contraponto, traficantes de drogas oferecem crédito a esses agricultores, entregam sua lavoura e pagam muito bem pelo cultivo do ópio e da cocaína, muito mais do que por qualquer outro tipo de produto agrícola. Mesmo assim, os plantadores não estão se tornando ricos. Segundo o relatório, alguns têm vontade de erradicar o plantio de coca de suas lavouras, mas, ao tentarem fazer isto, suas lavouras legalmente plantadas são destruídas por veneno. Conforme Philip Cryan, um voluntário da organização Testemunhas para a Paz, que viveu em Bogotá por dois anos, a colocação de inseticida por meio de aviões e helicópteros, ou pulverzação, como é chamada, tem efeitos significativos sobre a lavoura e a saúde das pessoas. — As pessoas têm erupções na pele, diarréia e toda sorte de complicações, como febres, irritações nos olhos e mesmo problemas psicológicos após a exposição, afirma. (Alternet 12/11)

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