Especialistas da Comissão de Coordenação Científica (CCC) para as investigações sobre o Prestige denunciaram publicamente que a Repsol, empresa contratada pelo Estado espanhol para a extração do combustível do navio, não quis facilitar a concessão de amostras da substância recolhida, esperada há praticamente dois anos, desde que o navio teve problemas e acabou afundando na costa da Galícia. A presidente da Comissão Gestora do Plano Nacional de Investimentos Marítimos, Beatriz Morales, assegurou que as constantes petições da comunidade científica à companhia petroleira não têm gerado efeito, pois a empresa responde com boas palavras e poucas ações. — Não há maneira de nos darem amostras desse combustível que retiraram do barco, censurou Morales, para quem o fato impede a realização de projetos durante mais de dois anos, que poderiam possibilitar a obtenção de muitos dados sobre os efeitos da catástrofe em longo prazo. Conforme Morales, o problema afeta ainda pesquisas biológicas marinhas, que se realizam a 4 mil metros de profundidade. Alguns desses projetos de pesquisa mostram que ainda existem manchas de combustíveis no litoral da Galícia, em zonas de praias. (El Mundo 10/11)