Ibama e Ministério de Minas e Energia boicotam debate sobre barragens
2004-11-12
Em espaço para debate sobre a política energética do Brasil durante o Fórum Internacional das Águas, somente o Movimento dos Atingidos por Barragens marcou presença. Nem o Ministério de Minas e Energia nem o Ibama compareceram para discutir a questão. O integrante do MAB, Ricardo Monteigner falou sobre o EIA–Rima de Barra Grande e o posicionamento do governo em relação à legislação ambiental. — O ministério está relaxando e a ministra Dilma Rousseff está sendo patrolada pelas empresas energéticas. Sobre a relação do MAB com o governo, ele disse que há uma grande abertura para o diálogo, criou-se inclusive uma equipe de trabalho para o assunto. No entanto, nenhuma mudança na política energética acontece, uma vez que o governo se nega a discutir a criação das PPPs. — O governo tem sido um apaziguador e não tem nenhum poder de intervenção, nem político nem sócio-ambiental. Montagner sustenta ainda que empresas de aço ou alumínio (elementos da construção de barragens) empregam em torno de 2,4 empregos diretos, enquanto uma indústria de bebidas ou de alimentos gera 20 empregos diretos. Dessa forma, segundo ele, não se justifica o alto investimento neste setor. Cita também os problemas sociais que acarretam, pois de 40 a 80 mil pessoas já foram deslocadas de suas terras para a construção de barragens e, na grande maioria, acabam sem ter energia elétrica.