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2004-11-11
Os resíduos Classe A (infectantes) gerados pelos postos de saúde municipais e pelo Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre terão, a partir de dezembro, uma Central de Tratamento por microondas. Ela será instalada na Restinga, um dos bairros mais pobres e afastados da cidade e operada pela Cavo Serviços e Meio Ambiente, de Curitiba (PR). A obra, que está sendo levantada ao lado da interminável Usina de Beneficiamento de Plásticos PET da prefeitura, recebeu mês passado a Licença de Instalação da Secretaria do Meio Ambiente do Município (Smam). Com capacidade máxima prevista para receber 12 toneladas por dia, inicialmente irá funcionar com lotação reduzida pela metade.

Questão aterro
Porto Alegre gera, segundo dados do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), cerca de 1,5 tonelada/dia nos serviços municipais. Segundo Alexandre Khun, analista de operações da Cavo, a empresa poderá ainda negociar com a rede privada para ocupar a capacidade ociosa da Central. O contrato com a prefeitura, por meio do DMLU, garante à empresa curitibana, R$ 750,00 por tonelada tratada. Após a o processo de desinfecção por microondas, os resíduos ainda serão encaminhados ao Aterro Sanitário Santa Tecla, cuja vida útil já está comprometida. — Nós utilizamos um sistema de compactação, enfardamento e destinação final de resíduos sólidos urbanos, desenvolvido na Espanha, que garante um aumento considerável na vida útil dos aterros sanitários, explica Khun. O sistema em questão foi desenvolvido pela espanhola IMABE Ibérica.

Outras vantagens
— Se a unidade de compactação e enfardamento for instalada em estações de transbordo, os ganhos serão ainda maiores, garante o gerente de operação da Cavo, Edson José Stek. O processo, segundo ele, possibilitaria uma redução de 12% a 15% na carga a ser levada aos aterros e uma mudança no sistema de transporte utilizado. — Com um volume menor, os resíduos podem ser transferidos em veículos-prancha, sem grade lateral, o que significa redução de custo da tonelada por quilômetro, garante. Durante os primeiros meses de funcionamento, a Central terá apenas uma máquina de microondas e trabalhará em três turnos com 20 funcionários. — Todos eles selecionados na própria região, destaca Khun. A idéia é, posteriormente, vender os serviços para a rede privada e para o próprio DMLU, o transporte até o aterro. — Ainda não foi definido quem irá fazer o transporte. O DMLU pode fazer, mas cobra por isso. E nós, também fazemos esse tipo de trabalho, explica.

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