Operário cujo trabalho o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) tenta impedir, Lorival Tadeu da Silva, 36 anos, morreu ontem, com um tiro na cabeça, ao se deslocar para o serviço. A vítima trabalhava para a empresa Compensados Santa Catarina Ltda, responsável pelo corte de 1,4 mil hectares de mata entre Anita Garibaldi (SC) e Pinhal da Serra (RS) - local onde deverá ser formado o lago da Usina Hidrelétrica de Barra Grande. Os atingidos por barragens tentam evitar o desmatamento da área e ampliar o número de famílias a ser indenizadas pela empresa. Segundo o delegado Antônio Rogério Ribeiro, Lorival foi vítima de uma tocaia.

O diretor da Energética Barra Grande SA (Baesa), José Raul Fabbri, não foi encontrado para falar sobre o caso, tampouco os coordenadores do MAB. Ontem, uma terceira barreira foi montada pelo MAB para impedir o corte dos 1,4 mil hectares de mata. Dois dos acampamentos estão em território catarinense e contam com a mobilização de pelo menos 300 agricultores. A audiência marcada para acontecer durante a tarde de ontem, em Brasília, com membros da Casa Civil e dos ministérios do Meio Ambiente e das Minas e Energia, não foi realizada. (ZH/35)