Aquecimento no Ártico, duas vezes maior, ameaça urso polar
2004-11-10
O aquecimento no Ártico está ocorrendo a uma taxa duas vezes superior ao do resto do planeta, o que ameaça milhões de espécies e poderá levar à extinção do urso polar até 2100, segundo um relatório lançado nesta segunda-feira (08/11) por oito países. O maior estudo sobre dados do clima do Ártico, realizado por 250 cientistas, informa que o aquecimento acelerado poderá antecipar amplas disrupturas no ecossistema. Segundo a entidade Avaliação do Impacto sobre o Clima do Ártico (ACIA), fundada por pesquisadores dos Estados Unidos, Canadá, Rússia, Dinamarca, Irlanda, Suécia, Noruega e Finlândia, as temperaturas do Ártico estão subindo a uma média do dobro das temperaturas globais, podendo aumentar de 4 a 7ºC (7 a 13ºF) até 2100. Somente a Sibéria e o Alasca já se aqueceram entre 2 e 3ºC desde 1950. Possíveis benefícios, como aumento da producão de peixes e mais fácil acesso a reservas de petroleo e gás são contrabalançados, pelo lado negativo, com ameaças a populações indígenas, plantas e animais. O relatório responsabiliza principalmente os combustíveis fósseis pelo problema. — O que acontece no Ártico preocupa a todos porque tem conseqüências mundiais, afirma o líder da Agência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Klaus Toepfer. (NY Times, CNN, ABC News 09/11)