Reeleição de Bush foi duro golpe nas esperanças de ecologistas
2004-11-09
A reeleicao de George W. Bush representou para os ambientalistas do mundo mais que uma derrota política. Representou a negacao da possibilidade de uma mudanca radical na política do governo do país que é ícone de insustentabilidade ambiental. Para o Professor de História Econômica e Estudos Internacionais da América Latina na Universidade Estadual Paulista (Unesp), Henrique Amaio, John Kerry era a esperanca para a reabertura do debate sobre preservação ambiental da região Amazônica. De acordo com o professor da Unesp, Bush representa uma política anti-preservacionista. — Ele teve uma política voltada para o monólogo nessa área, avalia Amaio. — Em outros setores, a vitória de democratas ou republicanos significaria pouco. Mas na área ambiental faria uma grande diferença. Kerry significava a possibilidade de diálogo.
O programa de governo de Kerry previa medidas para reduzir a emissão de mercúrio e gases que provocam o aquecimento global. O documento, no entanto, não defendia o Protocolo de Kyoto. Os interesses das indústrias também preocupavam Kerry. Durante seu mandato no Senado, no entanto, ele havia defendido a divulgação dos estudos científicos sobre o tema e acompanhou as negociações do protocolo. A agenda democrata para o meio ambiente está mais centrada em questões internas, como qualidade do ar e da água consumida pelos norte-americanos. Jonh Kerry e o vice, John Edwards, haviam se comprometido a reforçar a proteção sanitária em comunidades próximas a centros industriais e incentivar a criação de áreas de conservação ambiental. Os democratas também planejavam implementar um programa de recuperação das fontes de água. De acordo com eles, atualmente, 45% das reservas de água dos Estados Unidos não podem ser usadas para beber, nadar ou sequer pescar. Kerry defendia ainda a busca de fontes de energia renováveis, que reduzam a dependência do petróleo. (Agência Brasil 03/11)