Bush insiste em não ratificar o Protocolo de Kyoto
2004-11-08
O presidente norte-americano George W. Bush não deverá ratificar o Protocolo de Kyoto neste seu segundo mandato, apesar de um relatório recente, elaborado por 300 cientistas dos Estados Unidos e de outros sete países, indicar claramente que as temperaturas do Ártico estão subindo. Um estudo de quatro anos liberado nesta semana mostra que a região está se aquecendo rapidamente, o que poderá afetar as temperaturas globais. Os cientistas projetam que os gases industriais, como o dióxido de carbono (CO2), tornarão o Ártico ainda mais quente, o que fará a temperatura da Terra mais quente e elevará o nível dos mares. A atmosfera, hoje, contém cerca de 380 partes. Conforme o executivo do Conselho de Qualidade Ambiental da Casa Branca, James Connaughton, o presidente Bush opõe-se fortemente à ratificação do Protocolo de Kyoto porque ele causa a perda significativa de empregos, em torno de 5 milhões. Para o administrador da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA),Mike Leavitt, Kyoto foi um mau tratado para os Estados Unidos. Ele acrescentou, na sexta-feira (5/11), que a mudança climática não é algo que o governo americano desmereça. Leavitt assinalou que o governo Bush vem investindo bilhões de dólares em pesquisas, ano a ano, na área da mudança climática. Oficiais da Casa Branca insistem que cortes dramáticos nos níveis de emissão de dióxido de carbono, como exige o Protocolo de Kyoto, implicarão um custo de US$ 400 bilhões e 5 milhões de empregos para a economia norte-americana. Eles dizem ainda que este não é o caso da Rússia, que não terá perda de empregos com os cortes de emissão estipulados pelo acordo.De 1990 a 2002, a geração de gases de efeito estufa aumentou 13,1% nos Estados Unidos, enquanto caiu 38,5% na Rússia, basicamente por causa do colapso econômico que se seguiu à abertura econômica no antigo regime soviético. Em março de 2001, Bush quebrou sua promessa de campanha eleitoral (a primeira, de 2000), ao negar a ratificação do acordo que havia sido assinado pelo vice-presidente Al Gore, em 1997. Para Bush, o protocolo deveria incluir países em desenvolvimento, como a China e a Índia, que hoje são grandes poluidores. (ABC News 07/11)