O maior projeto de geração de biogás a partir do lixo do Brasil ainda não conseguiu negociar seus créditos de carbono. Trata-se do Aterro Bandeirantes, localizado no bairro Perus, na cidade de São Paulo. Desde 2001 a empresa Biogás Energia Ambiental S/A., tem a concessão de operação do aterro e exploração dos gases gerados junto à prefeitura por um período de quinze anos, renováveis por mais outros quinze. O projeto é tido como sucesso e exemplo para outras iniciativas futuras. Porém ainda não conseguiu negociar os créditos de carbono correspondentes. Segundo Antônio Carlos Delbin, diretor técnico da empresa, o atraso é normal, tendo em vista, a recém integração de países importantes ao Protocolo de Kyoto, como a Rússia. — Os créditos de carbono no país tendem a ser negociados, finalmente, acredita. Em uma área de 140 hectares, o aterro produz 180 metros cúbicos do biogás por cada tonelada de lixo destinada, gerando em média, cerca de 20 MW de potência para uma usina termelétrica instalada ao lado. A renda proporcionada pela venda de energia é dividida pela metade com a prefeitura, segundo contrato firmado ainda na época da instalação da usina. O aterro Bandeirantes recebe 7 mil toneladas de lixo por dia. Até 2006, quando tem seu final previsto, calcula-se que receberá um montante de 35 milhões de toneladas.