Créditos de carbono: difícil é vender bem
2004-11-05
O potencial imenso do Brasil em oferecer créditos de carbono é propagado aos quatro cantos. Esse mercado chegou a ser calculado em US$ 10 bilhões a ser atingidos até 2005 e animou empresários de diversos setores. — Mas é necessário cautela, alerta Marcelo Rocha, diretor da Fabrica Ethica Brasil, consultoria especializada em alavancar e negociar projetos nessa área. Segundo ele, o potencial existe e o mercado é promissor, mas o empresariado e o governo tem de estarem atentos ao sentar no balcão de negócios. Muitos compradores, estrangeiros, em sua maioria, enxergam o Brasil como um novo negócio da China. — As propostas sempre são muito baixas, muito aquém do seu valor de mercado, analisa. Daí, segundo ele, a importância de um assessoramento também na negociação e não somente, na projeção e confecção do projeto. Muitas vezes, o crédito negociado vale o dobro do que é oferecido. — O empresariado, de uma forma geral, ainda não entendeu muito bem como negociar essa commoditie, opina. O setor mais avançado nesse sentido é o da geração de biogás provenientes de aterros sanitários. Mas é também, conforme o especialista, um dos mais problemáticos, em razão da ingerência das prefeituras ou das concessionárias. — Essa é uma das maneiras de como os governos podem participar do processo, diz Rocha. A outra é obrigatória. Todo projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) tem que obter o aval do governo para sua negociação futura.