Empresas unem forças para atuar no novo mercado pós-Kyoto
2004-11-05
A Deloitte, maior organização do mundo prestadora de serviços de auditoria e consultoria, passou a atuar conjuntamente à líder mundial no desenvolvimento de projetos e na comercialização de créditos de carbono, a EcoSecurities. A empresa, com sede em Oxford (Reino Unido) e subsidiária no Rio de Janeiro, já desenvolveu projetos em aproximadamente 40 países com potencial de geração e comercialização, até 2012, de 100 milhões de toneladas de CO2, o que corresponde a cerca de US$ 500 milhões em créditos de carbono. A ação conjunta com a EcoSecurities será importante para a Deloitte se diferenciar em um mercado com grandes perspectivas no Brasil, especialmente em setores como siderurgia, papel e celulose, transportes e usinas de açúcar e álcool que reutilizam biomassa para a geração de energia.
Desenvolvimento Limpo
O protocolo de Kyoto define uma meta para os maiores países poluidores (chamados países do Anexo I) de redução de 5,2% das emissões feitas em 1990. A meta deve ser atingida entre 2008 e 2012, sob pena de multas. Para se colocar o Protocolo de Kyoto em prática, criou-se um mecanismo que vai além dos objetivos de redução de gases de efeito estufa na atmosfera, já que visa também promover o desenvolvimento sustentável para os países que não sejam do Anexo I, entre os quais, o Brasil. Esse instrumento chama-se MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo). O MDL possibilita que os países do Anexo I paguem suas contas comprando os créditos de carbono gerados por projetos desenvolvidos em países fora do Anexo I (geralmente países em desenvolvimento, como o Brasil), normalmente a custos menores do que se esses projetos fossem desenvolvidos em seus próprios países. Os custos de adaptação às novas regras ambientais são geralmente mais elevados às empresas nos países poluidores para mudar plantas e tecnologias, o que torna mais atraente a compra de certificados validados por entidades oficiais e controlados por um comitê da ONU criado especialmente para este fim. Independentemente do Protocolo de Kyoto, os principais países da União Européia já assumiram o compromisso de colocar em prática, a partir de 1º de janeiro de 2005, o MDL.
Projetos brasileiros
Por parte do governo brasileiro dois primeiros projetos de MDL desenvolvidos no País já foram aprovados. — Outros doze projetos estão prontos para aprovação, alguns estão sendo desenvolvidos e muitos outros surgirão, diz o consultor da Deloitte, Adriano de Sousa. Embora o Protocolo de Kyoto não tenha entrado em vigor, nos cinco primeiros meses de 2004, foram negociados 64 milhões de toneladas de CO2, quase todo montante negociado ao longo de todo o ano de 2003 (78 milhões). As excelentes perspectivas desse mercado dependem, no entanto, de conhecimentos que vão muito além de fatores ambientais. Para isso a Deloitte criou um grupo de especialistas em diversas áreas para auxiliar empresas na identificação de projetos que redimem emissões de gases do efeito estufa e que obedecem aos requisitos do MDL. Ela inclusive adaptou técnicas financeiras para atender especificidades desse mercado, visando a comprovação da sustentabilidade financeira.
Sobre a Deloitte
A Deloitte é a maior empresa mundial prestadora de serviços profissionais de auditoria, consultoria tributária, consultoria em gestão de riscos empresariais, corporate finance, consultoria empresarial, outsourcing, consultoria em capital humano e consultoria atuarial. Fundada em 1845, possui mais de 700 escritórios em 150 países contando com 120.000 profissionais. No Brasil, onde atua desde 1911, é uma das líderes de mercado e seus 2.600 profissionais são reconhecidos pela integridade, competência e habilidade em transformar seus conhecimentos em soluções empresariais para seus clientes. A Deloitte opera em todo o País, contando com escritórios em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Fortaleza, Joinville, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Recife e Salvador.