O passeio de muitos motoristas pelos 16 quilômetros de estrada no interior do Parque Nacional do Iguaçu foi diferente durante a terça-feira. Uma campanha de conscientização, que tem o intuito de alertar os motoristas apressados que fazem o trajeto, teve início com a distribuição de identificação para os veículos. Os motoristas recebiam as instruções de funcionários do Ibama e da Polícia Florestal, e penduravam no retrovisor o aviso para percorrer todo o trajeto com velocidade máxima de 60 quilômetros por hora.Pela manhã, um grupo especial da Polícia Rodoviária Federal — que também firmou parceria com o Ibama — esteve no local para testar um radar móvel que será utilizado no trecho a partir da primeira quinzena de novembro. A presença do radar deve inibir os motoristas mais apressados que cruzam a estrada. A punição para o infrator será a abertura de processo, conforme prevê a Lei de Crimes Ambientais e o Plano de Manejo do parque. Outra hipótese que ainda está em estudo pelo Ibama é a punição com a suspensão da entrada do veículo infrator na unidade de conservação. Em dias de movimento intenso entram no Parque Nacional mais de 500 veículos, entre os ônibus autorizados e veículos de turismo. Para o chefe de manejo da reserva, Apolônio Rodrigues, a circulação de veículos no trecho já é uma interferência no habitat de muitos animais. Somente ontem haviam sido registradas as mortes por atropelamento de dois lagartos e uma cutia. — Alguns animais cruzam a pista com muita rapidez, e não dá tempo nem para o motorista cuidadoso desviar, quanto mais para quem anda acima da velocidade. Outros animais são atraídos pela luz dos faróis durante a noite, explicou. Para Rodrigues, a principal intenção da campanha é tentar proteger a biodiversidade do parque e melhorar a visitação. (Ibama, 03/11)