PNUMA pede regulamentação de emissões tóxicas na atmosfera
2004-11-03
Especialistas em meio ambiente da América Latina e do Caribe pediram terça-feira passada (26/10), em Assunção (Paraguai), que sejam adotadas medidas legais para frear a produção, o uso e o consumo de substâncias que danificam a camada de ozônio, como os CFC (clorofluorocarbonos). — A gestão governamental deve estar orientada para a criação de um ambiente propício à eliminação do consumo de CFC, seja por reconversão ou substituição direta dos refrigeradores, afirmou parte das conclusões de uma reunião regional do PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. A uruguaia Miriam Vega, coordenadora do escritório regional do PNUMA, explicou que os CFC são gases sintéticos empregados nos refrigeradores dos aparelhos de ar condicionado das casas e dos veículos, e por isso sua incidência é imperceptível. — As substâncias que prejudicam a camada de ozônio têm um amplo uso pela população. E no setor da refrigeração é clara a importância de seus efeitos, indicou Vega, no fim de um encontro no qual participaram especialistas de 20 países. Ela acrescentou que existe um compromisso dos governos da região para reduzir, em 2005, o uso de refrigeradores não permitidos a 50% dos valores médios dos anos de 1995 e 1997.
Viabilidade alternativa
Disse ainda que um dos principais problemas ambientais é produzido pelo uso de refrigeradores individuais ou domésticos de condicionado de ar, que gera graves danos ao meio ambiente e representa um risco quando o gás, por defeito ou má manipulação, se dispersa no ar. — É mais difícil controlar as unidades individuais que as dos setores produtivos ou industriais, já que os governos têm algumas ferramentas para proibir a importação de equipamentos de tecnologias agressoras, garantiu. Nas conclusões do encontro, que começou dia 22/10, foi destacada a viabilidade de usar alternativas a essas substâncias com hidrocarbonetos de diferentes grau de pureza para algumas aplicações, embora para isso ressalte a importância de uma capacitação prévia dos recursos humanos. O uso e a redução dos compostos nos refrigeradores está regulado pelos compromissos assumidos no Protocolo de Montreal em 1987, mas Vega reconheceu que a realidade socio-econômica de muitos países impede um cumprimento mais rigoroso desse acordo. Nesse sentido, informou que os sistemas de refrigeração dos veículos de modelos anteriores aos de 1995 vêm com os componentes proibidos. Por isso, se um país admite o ingresso de carros usados, deveria impedir que entrassem com esses equipamentos. Desde a assinatura do Protocolo de 1987, a produção e o consumo de CFC estão diminuindo. Na América Latina e no Caribe, entre 1986 e 2000, a produção chegou a 342.034 toneladas, equivalente a 5,8% da produção mundial, segundo um relatório do PNUMA. — México, Brasil, Venezuela e Argentina foram os únicos produtores da região. O Brasil deixou de produzir CFC em 2000, enquanto os outros países têm acordos de eliminação, afirmou o organismo das Nações Unidas. (EFE, Terra 27/10)