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2004-11-03
E. San Martin, de Nova York
Os Estados Unidos, o país que mais polui no mundo, podem reduzir em 10% a emissão de dióxido de carbono a curto prazo através de tecnologias já disponíveis, como a adoção de automóveis híbridos movidos a petróleo e energia elétrica. Esta é conclusão de um levantamento avaliando a eficiência dos diversos métodos disponíveis para controle das emissões destes poluentes. Elaborado pelos professores Robert Jackson e William Schlesinger, da Universidade de Durham, o estudo foi divulgado na última edição da respeitada revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Dados contraditórios
Para o professor Jackson, os dados disponíveis contradizem tanto porta-vozes de setores industriais, quanto os ambientalistas mais radicais. No setor primário da cadeia produtiva, o argumento é que o controle destes gases depende do desenvolvimento de novas tecnologias, com alto custo industrial. Os números deixam claro que é possível obter uma redução drástica a curto prazo no controle da poluição do ar com os meios disponíveis. Isto é o que muitos ambientalistas defendem a muito tempo. Ao contrário dos argumentos mais radicais, neste sentido, porém, não são necessárias medidas drásticas de administração ambiental defendidas por muitos. Métodos de reequilíbrio natural do ambiente, como o plantio de árvores para absorção de gases, ou a restrição da aragem agressiva de terras (para retardar a liberação de dióxido de carbono pela degradação biológica natural da vegetação removida), por exemplo, não bastam para atingir as metas estabelecidas pelo Protocolo de Kyoto (redução de 5% até 2012). De acordo com Jackson, seria necessário reflorestar 30% das terras cultiváveis, uma medida irrealista, pelo impacto que teria na produção de alimentos. Mesmo assim, a redução dos gases seria inferior a 4%.

O vilão da poluicão
A única maneira dos EUA superarem a meta de Kyoto seria atacando o vilão da história, o automóvel, principalmente, os veículos utilitários. Compilando resultados de dezenas de outros levantamentos sobre medidas neste sentido, Jackson e Schlessinger constaram que seria possível uma redução de 10% nas emissões de dióxido de carbono em dez anos, pela simples duplicação da eficiência energética do sistema de transporte rodoviário. Bastaria uma substituição agressiva da atual frota por veículos híbridos, movidos por combustíveis fósseis, biocombustíveis e eletricidade, já disponíveis no mercado. Esta medida, certamente teria custos extras tanto para a indústria automobilística quanto para o consumidor, mas estes custos seriam facilmente absorvidos pela economia, com resultados benéficos imediatos para o meio ambiente. Jackson e Schlessinger ainda sugerem que o aumento do preço do petróleo deve se tornar o grande estímulo para a acelerar a substituição tecnológica.

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